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Doria elogia Joice, mas diz que seu candidato à prefeitura é Bruno Covas

ANANDA MIGLIANO/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: ANANDA MIGLIANO/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

04/09/2019 13h33

O governador João Doria (PSDB) anunciou na manhã de hoje um incentivo de R$ 220 milhões para a duplicação da estrada do M'Boi Mirim, que é de responsabilidade municipal, ao lado do prefeito Bruno Covas (PSDB), que deve ser lançado em breve candidato à reeleição da prefeitura da capital paulista.

Além de Covas, devem disputar, no ano que vem, a eleição municipal o ex-governador Márcio França (PSB) e desafeto declarado de Doria, e a deputada federal Joice Hasselmann (PSL), que apoiou publicamente o governador paulista no segundo turno das eleições do ano passado.

Doria afirmou que Joice é amiga sua e de sua família, que isso independe de eleições, mas que seu candidato à prefeitura no ano que vem é Bruno Covas. Em 2016, Doria e Covas venceram as eleições municipais juntos, como prefeito e vice. Em 2018, Covas assumiu o município quando Doria se candidatou a governador do estado.

"Em relação à Joice, ela continua sendo minha grande e querida amiga, isso não depende de eleição. Ela é amiga de minha família, mas reafirmo que Bruno Covas será vitorioso e voltará [da eleição] como prefeito da capital de São Paulo", disse.

Além dos possíveis candidatos do PSDB, PSL e PSB, o deputado estadual Arthur do Val (DEM-SP) anunciou que quer disputar a eleição a prefeito. Para isso, ele cogita, inclusive deixar o partido. O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, presidente estadual do DEM, afirmou que o partido apoiará a candidatura de Bruno Covas no ano que vem.

Questionado se o incentivo milionário anunciado hoje tinha como objetivo alavancar a candidatura de Covas ou, pelo menos, fornecer condições para que o prefeito entregue obras durante sua gestão, Doria recusou. Disse que o incentivo é "para os brasileiros que vivem em São Paulo".

"Temos aqui que referir a importância da capital de São Paulo. É dever do estado ajudar. Estamos intensificando esses programas. Não vejo debilidade na gestão do Bruno Covas. Pelo contrário, vejo vitalidade na sua gestão e conduta à frente da prefeitura. O governador tem no Bruno Covas o seu candidato a reeleição", reafirmou.

O prefeito da capital disse que houve uma diminuição de recursos do governo federal e que, por isso, é importante o apoio financeiro do estado. "Houve uma redução de 80% a 90% ao município. Mas é uma questão que abrange a todo o país, não apenas à cidade de São Paulo", disse. "A gente espera que, no ano que vem, São Paulo e outras cidades voltem a receber recursos", complementou.

Questionado se esse incentivo poderia ser um apoio que o beneficiaria em uma possível disputa a presidente, em 2022, Doria afirmou que o atual momento é de gestão, não de eleição. Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" de hoje apontou que o presidente Jair Bolsonaro considera que Doria não conseguiria se eleger.

Doria afirmou que não iria entrar em polêmicas, mas que, em 2016, quando disputou a eleição municipal contra Fernando Haddad (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também afirmou que ele não teria estafe para vencer o pleito. "De eleição, modéstia à parte, eu tenho grandes vitórias no maior colégio eleitoral do país".