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Bolsonaro: indicação de Aras à PGR vai passar no Senado "sem problemas"

Do UOL, em São Paulo

07/09/2019 12h57Atualizada em 07/09/2019 14h38

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse hoje acreditar que a indicação do subprocurador-geral Augusto Aras para a PGR (Procuradoria Geral da República), órgão máximo do MPF (Ministério Público Federal), seja aprovada pelo Senado "sem problemas".

Aras foi anunciado na última quinta-feira (5) como o escolhido por Bolsonaro para comandar a PGR no lugar de Raquel Dodge, que deixará o posto no dia 17 de setembro. Antes de assumir o cargo, ele deve ser aprovado em sabatina no Senado Federal.

A indicação de Aras à PGR vem recebendo uma série de críticas. O nome dele não fazia parte da lista tríplice encaminhada a Bolsonaro pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), que tradicionalmente vinha sendo respeitada desde 2003. Segmentos da direita, por outro lado, criticaram o nome de Aras por associá-lo à esquerda --o indicado, no entanto, declara ter um perfil conservador.

Bolsonaro falou brevemente com jornalistas após o fim da cerimônia em comemoração ao 7 de Setembro em Brasília. Perguntado sobre o balanço que fazia da semana, que além da indicação do nome de Aras teve a divulgação dos vetos presidenciais à lei do abuso de autoridade, o presidente disse que tudo correu bem.

"[Foi] tudo bem a semana. Foram os vetos, o PGR. Acredito que ele passe lá no Senado sem problemas. Os vetos foram 4 pessoas que fizeram, [o ministro] da Justiça, CGU [Controladoria Geral da União], AGU [Advocacia Geral da União] e secretaria de Governo. Acolhi na íntegra o que eles acordaram entre si", declarou.

Entre as críticas feitas à indicação de Aras, a mais dura veio da ANPR, que disse ter recebido a informação com "absoluta contrariedade" e a classificou como "o maior retrocesso democrático e institucional do MPF em 20 anos".

Membros da lista tríplice também não pouparam a decisão de Bolsonaro. Primeiro colocado da lista, o subprocurador-geral Mario Bonsaglia afirmou que a escolha do presidente coloca em risco a autonomia do MPF. Já o procurador Blal Dallou, que era o terceiro colocado, foi incisivo ao dizer que a escolha de Aras representa uma "caixa preta" que será aberta ao longo do seu mandato.