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Procurador que chamou R$ 24 mil de "miserê" pede licença do MP

Do UOL, em São Paulo

11/09/2019 14h45Atualizada em 11/09/2019 15h28

O procurador Leonardo Azeredo dos Santos, que disse que seu salário de R$ 24 mil mensais era um "miserê", está afastado das funções. A informação foi confirmada pelo procurador-geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet, em entrevista concedida hoje (11) à Rádio CBN.

Leonardo Azeredo apresentou um atestado médico e pediu afastamento. O motivo não foi revelado.

Segundo Tonet, as declarações do colega foram de cunho pessoal e não condizem com o pensamento do MP.

"Elas são declarações isoladas, pessoais e não condizem com o pensamento, com a filosofia de trabalho de atuação da instituição e de seus membros. Nós sabemos que a maior parte da população é carente, pobre, hipossuficiente e é para essa população que o Ministério Público de Minas e o brasileiro tem trabalhando incansavelmente", disse.

De acordo com o procurador-geral, já existem representações contra Santos e todas serão levadas à Corregedoria Geral do Ministério Público.

Miserê

Santos, que é procurador de Justiça de Minas Gerais, reclamou da baixa remuneração da categoria no Estado, em reunião extraordinária da Câmara de Procuradores, na sede do órgão em Belo Horizonte, no mês passado, para debater o orçamento do MP (Ministério Público) mineiro para o próximo ano.

Entre outras declarações, ele chegou a dizer que o salário de R$ 24 mil era baixo e usou a expressão "miserê".

Segundo o Portal da Transparência disponível no site do MP, Santos recebeu em julho, a título de salário, R$ 23.803,50 líquidos. No entanto, no mesmo mês somaram-se a esse valor indenizações e remunerações retroativas ou temporárias que acabaram elevando o vencimento total para R$ 65.152,99.

A reportagem do UOL não conseguiu o contato com Santos. Ontem, por meio de nota, a assessoria de imprensa do MP mineiro classificou a fala do procurador como uma "manifestação de cunho pessoal (...) sobre a política remuneratória da instituição".