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Líder indígena diz que coração de Bolsonaro 'não é bom' e pede respeito

10.dez.2012 - O líder indígena caiapó Raoni participa de coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça - Salvatore Di Nolfi/Efe
10.dez.2012 - O líder indígena caiapó Raoni participa de coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça Imagem: Salvatore Di Nolfi/Efe

Do UOL, em São Paulo*

21/09/2019 10h25

O líder indígena caiapó Raoni afimou em entrevista à "Folha" que Jair Bolsonaro (PSL) "não tem um coração bom", mas que pretende um dia conversar com o presidente para pedir respeito aos índios. Raoni participará na semana que vem, em Nova York, de eventos paralelos à Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

O líder indígena disse ao jornal que não gosta de ouvir Bolsonaro dizer que os índios "querem ser como nós", os não indígenas.

"Não é bom, não é correto, ficar falando isso. Nós, indígenas, queremos morar na nossa terra. Viver lá. Deixa viver do jeito nosso, do jeito que a gente quer viver. É isso que nós queremos. Eu acho que ele [Bolsonaro] não pensa direito. O coração dele não é bom. Eu não estou gostando", disse Raoni.

O líder indígena afirmou que não concorda com as críticas do presidente ao modo de vida dos índios. No ano passado, após ser eleito presidente, Bolsonaro chegou a comparar os indígenas com animais que vivem em zoológicos.

"Eu fico preocupado do jeito que ele está querendo fazer conosco. Todo dia, toda hora ele critica, ele fala mal, ele quer diminuir terra, ele quer destruir nós. Porque ele não quer respeitar nós, não está respeitando nós, não está respeitando o índio", declarou.

"Se um dia eu chegar perto dele, eu quero falar com ele: 'Deixar nós em paz, viver em paz, sem problema'. Eu quero falar para ele parar de criticar, parar de falar mal do outro. Vamos viver em paz, vamos viver todo mundo junto, vamos viver todo mundo trabalhando, vivendo em paz", disse o caiapó.

(*Com informações da Folha)

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.