OCDE: Base de Bolsonaro minimiza revés do país; oposição fala em submissão
Resumo da notícia
- EUA recusaram hoje a solicitação do Brasil para fazer parte da OCDE
- Pedido de Argentina e Romênia estão em andamento
- Entrada do Brasil foi prometida por Trump a Bolsonaro
A decisão do governo dos Estados Unidos de apoiar a entrada da Argentina e da Romênia em vez do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) levou a oposição a criticar a falar em inabilidade política e subserviência de Jair Bolsonaro (PSL). Já a base do governo no Congresso minimiza a notícia e diz que não houve nenhum revés.
Oficialmente, até agora, o governo Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto. Anunciada, em março, a cooperação com o presidente Donald Trump foi divulgada pelo governo brasileiro com um dos principais acordos internacionais da gestão.
"Embora não seja verdade e tudo esteja caminhando como esperado para o bem dos brasileiros, é interessante imaginar que motivos alguém teria para comemorar uma derrota do Brasil neste sentido onde todo mundo perderia. Não é difícil entender o jogo de alguns! Seguimos tranquilos!", escreveu no Twitter o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho de Bolsonaro.
Já o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), que está no reunião da Rede Parlamentar Global da OCDE, na França, disse que os EUA vão apoiar o Brasil, mas não agora.
Ele disse que esteve com secretário-geral da OCDE, e com o embaixador brasileiro na entidade. "Sabemos por aqui que não há retirada do apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE. Questão de "timing" e prioridade. [Donald]Trump e [Mike] Pompeo publicamente apoiaram. Chegaremos lá", disse, citando o presidente e secretário americano.
Oposição critica "subserviência"
O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que não há palavra melhor para definir a relação de Bolsonaro do que "subserviência".
"Segundo o dicionário, SUBSERVIÊNCIA é: 1. Sujeição servil à vontade alheia, submissão voluntária a alguém ou a alguma coisa 2. Ato ou efeito de bajular", escreveu o socialista.
Para a senadora Marina Silva, "esse é o preço da troca de uma relação diplomática altiva e competente pela vergonhosa subserviência que o governo Bolsonaro impõe ao país".
A presidente do PT, Gleise Hoffmann (PT-PR), disse que o Brasil é recusado pelos Estados Unidos.
"Lembro que, no governo Lula, fomos convidados a entrar e recusamos, pois não era do nosso interesse. Agora, o Brasil, sem prestígio algum, tenta entrar e é recusado até pelos EUA, que tinham anunciado apoio a Bolsonaro"
Embaixada diz que mantém apoio, mas não diz data
A Embaixada americana no Brasil, emitiu nota de dois parágrafos em que reafirma a posição dos EUA de apoiara entrada do Brasil na OCDE, sem, no entanto, revelar quando.
"Apoiamos a expansão da OCDE a um ritmo controlado que leve em conta a necessidade de pressionar as reformas de governança e o planejamento de sucessão", considerou. Este trecho é semelhante à carta de Pompeo: "Os EUA continuam a preferir o alargamento a um ritmo lento que leva em consideração a necessidade de pressionar pelo planejamento de governança e sucessão".
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