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Defesa de Bivar: diante de "turbulência política", ação da PF é estranha

Presidente do PSL, Luciano Bivar (PE) -  Divulgação / ADVBPE
Presidente do PSL, Luciano Bivar (PE) Imagem: Divulgação / ADVBPE

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

15/10/2019 09h20

Resumo da notícia

  • Advogados de Bivar ligam "turbulência política" à operação da PF
  • PSL é investigado por suspeitas envolvendo candidaturas de laranjas
  • Defesa de Bivar diz que ação policial acontece "fora de contexto"

A defesa do presidente do PSL, deputado federal Luciano Bivar (PE), diz estranhar a operação de hoje da PF (Polícia Federal) que investiga candidaturas de laranjas do partido em Pernambuco. "Principalmente por se estar vivenciando um momento de turbulência política", disseram os advogados por meio de nota.

A operação acontece em meio a uma queda de braço entre Bivar e o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que ameaça deixar o partido. Na semana passada, Bolsonaro notificou a sigla pedindo mais transparência.

Endereços de Bivar e de gráficas em Pernambuco foram alguns dos alvos de mandados de busca e apreensão, autorizados pelo TRE-PE (Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco). Para a defesa, a busca na casa de seu cliente "é uma inversão da lógica da investigação".

O argumento é de que o inquérito a respeito de candidatura de laranjas "já se estende há 10 meses" e que foram ouvidas "diversas testemunhas e que não há indícios de fraude no processo eleitoral". Por isso, os advogados veem a operação "fora de contexto".

Candidaturas

A operação "Guinhol", deflagrada hoje pela PF, apura se o PSL teria fraudado aplicação de recursos destinados a candidaturas femininas.

A autorização para a operação foi dada ontem por decisão do plenário do TRE na sessão da manhã. A ação está sob sigilo. "Eu tenho um assunto reservado e eu pediria que todos, com o respeito devido, pudessem desocupar o salão", disse, ontem, o desembargador Frederico Neves, presidente do Tribunal, ao final da sessão.

Segundo a PF, o inquérito policial busca apurar a possível prática de associação criminosa e crimes tipificados no Código Eleitoral, pois representantes locais do PSL teriam ocultado movimentações de recursos financeiros oriundos do fundo partidário, especialmente os destinados às candidaturas de mulheres.

As investigações apontam que "há indícios de que os valores foram aplicados de forma fictícia objetivando o desvio para livre aplicação do partido e seus gestores", segundo a PF.

Políticos do PSL que entraram no partido apenas para acompanhar Bolsonaro disseram ao UOL que a operação de hoje da PF "sustenta a tese de que o partido, através de seu cacique maior, está indo contra tudo o que pregou em campanha".

O nome da operação, "Guinhol", faz referência a um personagem do teatro de fantoches criado no século 19 diante da possibilidade de candidatas terem sido utilizadas exclusivamente para movimentar transações financeiras escusas.

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