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"Briga por liderança no partido é normal", diz Delegado Waldir

O Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara - FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara Imagem: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

17/10/2019 12h45Atualizada em 17/10/2019 13h05

Resumo da notícia

  • Líder do PSL na Câmara disse que disputa por liderança é "normal"
  • Deputados protocolaram lista de assinaturas pedindo sua substituição por Eduardo Bolsonaro
  • Ainda não há decisão sobre quem fica na posição

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), considerou "normal" a briga pela liderança do partido. Ele negou que o partido expulsará os deputados federais contrários ao seu comando da sigla na Casa.

Desde ontem, a bancada de 53 deputados discute quem vai ser o líder da legenda. Um grupo de 27 deputados, sob articulação de Jair Bolsonaro, protocolou um pedido para destituir Waldir e nomear Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. Em seguida, uma lista de apoiadores de Waldir, com 32 nomes, foi também protocolada. Até as 12h30, não estava definido quem ocuparia a liderança.

"A minha liderança é temporária e vai até janeiro. Em fevereiro, teremos uma escolha democrática", disse Waldir.

Ele convocou uma entrevista coletiva a jornalistas para falar sobre o cenário no partido. Questionado sobre quem será o líder, disse que a decisão compete à Secretaria-Geral da Mesa da Casa.

Pela manhã de hoje, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a decisão não terá sua interferência.

"A Secretaria-Geral da Mesa checará as listas apresentadas pelo PSL. Quem decide se as assinaturas são válidas é a mesa, e não o presidente da Casa. A decisão da mesa [sobre liderança do PSL] deve sair nas próximas horas", afirmou Maia.

Há mais de uma semana, dois grupos dentro do partido articulam para controlar o comando do partido. Um é capitaneado pelo presidente Jair Bolsonaro, o outro, pelo presidente da sigla, Luciano Bivar (PSL-PE).

O deputado Eduardo Bolsonaro, presidente do diretório em São Paulo, disse que inicialmente não queria ser líder. "[Sou] o nome que tem a maior convergência entre os deputados. A minha intenção é apenas manter o status quo. Muitos deputados foram retirados de comissões e estava parecendo que estavam fazendo política com o fígado", disse Eduardo ontem.

As duas listas

Considerando-se as duas relações de assinaturas e os 53 deputados na bancada, há um excesso de seis parlamentares e duas conclusões possíveis: havia gente "jogando nos dois times" e apoiando Eduardo e Waldir ao mesmo tempo; ou havia assinatura falsificada.

Mas o imbróglio continuou. A deputada Bia Kicis (PSL-SP) declarou que uma terceira lista com 27 nomes pró-Eduardo foi encaminhada novamente à Secretaria-Geral.

Crise crescente

A crise do PSL tem se agravado. Sem saber que estava sendo transmitido ao vivo, no último dia 8 Bolsonaro disse para um apoiador "esquecer o PSL" e afirmou que Luciano Bivar, presidente do partido, estava "queimado pra caramba".

Nos dias seguintes, nomes do partido saíram em defesa de Bolsonaro ou de Bivar, mostrando que havia um racha.

Como pano de fundo, ambições políticas, disputa pelo controle do dinheiro do fundo partidário e a influência dos filhos do presidente.

Na terça-feira, a situação se tornou mais crítica com operação da Polícia Federal para investigar o esquema de candidaturas laranjas do PSL. Bivar foi alvo.