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Bolsonaro é marionete e os filhos estão governando, diz ex-líder do PSL

Delegado Waldir, do PSL de Goiás - FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Delegado Waldir, do PSL de Goiás Imagem: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

22/10/2019 09h33

Resumo da notícia

  • Delegado Waldir fez críticas a Bolsonaro um dia após deixar a liderança do PSL na Câmara
  • "O presidente, na verdade, é uma marionete. E os filhos estão governando", disse o parlamentar
  • Sigla discute suspender 19 integrantes e mudar o comando nos diretórios de SP, RJ e MG
  • Diretório de São Paulo é presidido por Eduardo Bolsonaro, e do Rio de Janeiro, por Flávio Bolsonaro

Destituído ontem da liderança do PSL na Câmara, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) disse na manhã de hoje que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) é uma marionete nas mãos dos filhos. "Ninguém é mais forte no governo do que os filhos do presidente. O presidente, na verdade, é uma marionete. E os filhos estão governando", disse Waldir.

Waldir alega que foi feito um acordo junto ao ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) para que ele e Eduardo abrissem mão da liderança na busca por um terceiro nome. A lista para emplacar Eduardo na liderança foi vista como quebra de acordo. Ramos nega que tenha feito o trato.

Há um racha entre o PSL e o governo Bolsonaro.

O grupo ligado à Executiva do PSL se reuniu hoje para tentar revide na ala guiada por Jair Bolsonaro (PSL). A cúpula da sigla, próxima ao presidente Luciano Bivar, analisa a possibilidade de suspensão de 19 parlamentares e a troca dos comandos dos diretórios de São Paulo (presidido por Eduardo Bolsonaro), Rio de Janeiro (presidido por Flávio Bolsonaro) e Minas Gerais.

O encontro é realizado no dia seguinte à troca do líder do PSL na Câmara: o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) foi substituído por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

A cúpula aumentou a pressão sobre os aliados de Bolsonaro. Na sexta-feira (18), a decisão era suspender cinco parlamentares e trocar os comandos de São Paulo e Rio de Janeiro.

Hoje, a discussão é sobre a suspensão de 19 membros e a troca do comando do diretório de Minas, cujo poder está com o ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio, presidente licenciado do PSL mineiro. Ele é réu no processo que investiga candidaturas laranja no partido, mas nega irregularidades.

"Será apresentada, hoje, ao presidente Luciano Bivar uma nova estrutura para as substituições dos atuais presidentes. E vamos propor também Minas Gerais, acho que está no momento também de fazer a substituição", disse Delegado Waldir ao chegar ao encontro em Brasília.

Outro membro da Executiva que se manifestou na entrada da reunião foi o senador Major Olimpio (PSL-SP). Ele acusou o governo de promover o "toma lá, dá cá".

"Ficamos uma vida toda negando o toma lá, dá cá. Então, quando vem o 'dá cá', se não você vai tomar porrada. Isso foi horrível. Estamos tentando minimizar os efeitos disso, se tiver um terceiro nome [para liderança], poderá ser feita a aglutinação em torno disso", disse Olimpio, em referência à atuação pessoal de Jair Bolsonaro para conduzir seu filho à liderança.

Ontem, o PSL enviou notificações para 19 dos 53 deputados da bancada com o aviso das infrações disciplinares e convite para que se defendam na reunião da sigla no processo de suspensão.

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