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Inadmissível, diz Alckmin sobre fala de Eduardo Bolsonaro citando novo AI-5

Geraldo Alckmin - Daniel Ramalho/AFP
Geraldo Alckmin Imagem: Daniel Ramalho/AFP

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

01/11/2019 19h04

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), classificou como "inadmissível" a fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) que levantou a possibilidade de edição de um novo AI-5 caso a esquerda brasileira "se radicalize".

A declaração foi dada a jornalistas após uma visita o tucano ao prefeito Bruno Covas (PSDB), que passa por tratamento por conta de um câncer no esôfago.

"Alguém que foi eleito pelo povo em um processo democrático falar em um instrumento antidemocrático e antipovo é inadmissível. Ao menos ele se retratou", disse Alckmin.

Questionado sobre os assuntos que tratara com Covas, que deve ter alta na próxima segunda-feira, o ex-candidato à presidência afirmou que não conversou sobre assuntos político-partidários. "Foi uma conversa mais geral, agradável" disse.

Alckmin ainda rechaçou a possibilidade de que o PSDB não tenha candidato próprio nas eleições municipais do ano que vem. A ala mais próxima do atual governador João Doria (PSDB) no partido tem estudado apoiar uma hipotética candidatura da deputada federal Joice Hasselmann (PSL), que poderia ser uma alternativa a Covas.

Ainda não há informação concreta sobre se Covas se afastará ou não do cargo para tratar suas questões de saúde. Alckmin, no entanto, cravou: "O PSDB vai ter candidato, óbvio, e esse candidato é o prefeito Bruno Covas."

Imbróglio

Caso Bruno Covas tenha de se afastar, o cargo será ocupado, pelo presidente da câmara municipal de São Paulo, vereador Eduardo Tuma (PSDB). Há, no entanto, um imbróglio nesta situação, posto que, se Tuma assumir como prefeito, corre o risco de não poder tentar a reeleição como vereador.

A Carta traz em seu artigo 14 que presidentes, governadores e prefeitos, para concorrer a outros cargos, têm de se licenciar seis meses antes das eleições; ou seja, se Tuma assumir o cargo, não poderá concorrer novamente para vereador.

Conforme adiantado pela Folha, o parlamentar deve ser eleito para um segundo mandato como chefe do Legislativo municipal. Se o vereador tucano também se licenciar para não assumir a Prefeitura, Milton Leite (DEM) e Rute Costa (PSD), respectivamente primeiro segundo vice-presidentes da mesa diretora, estão na linha sucessória.