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Eduardo Bolsonaro quer levar parlamentares de esquerda ao Conselho de Ética

Maandel Ngan - 30.ago.19/AFP
Imagem: Maandel Ngan - 30.ago.19/AFP

Do UOL, em São Paulo

02/11/2019 09h24

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou, por meio de postagem em seu Twitter, que irá ao Conselho de Ética ou "tomará outras medidas cabíveis" contra parlamentares de esquerda pelo que considera manifestações de "incitação à desordem e quebra da democracia". Ele não especificou quais seriam estas opiniões e nem os autores, mas disse que vai "processar a esquerdalha 'democrática'".

A posição do filho do presidente Jair Bolsonaro vem na esteira de uma representação que será apresentada por partidos de esquerda (PSOL, PT, PCdoB e PSB) pedindo a cassação do mandato de Eduardo. Na última quinta-feira, o deputado citou, ao canal da jornalista Leda Nagle no YouTube, um "novo AI-5" como uma possível "resposta" caso a esquerda radicalize.

Em uma primeira postagem no Twitter, Eduardo Bolsonaro retuitou um comentário do deputado federal Marco Feliciano, que confirmava ter acionado o procurador-geral da República Augusto Aras contra o senador Humberto Costa (PT-PE) por uma postagem no Twitter de 19 de outubro na qual comentava sobre as manifestações no Chile. Eduardo Bolsonaro escreveu que é a favor da imunidade parlamentar, mas que diante das circunstâncias terá a mesma postura de Marco Feliciano.

"Parabéns ao Feliciano. Também estou coletando posts e falas de parlamentares para representar no conselho de ética por conta de incitação à desordem e quebra da democracia. Acredito na imunidade parlamentar de todos nós, mas pau que dá em Chico também tem que dar em Francisco", escreveu.

Depois, ele gravou um vídeo com mais detalhes sobre a postura que pretende tomar, dizendo na legenda que iria processar a "esquerdalha 'democrática'. "Vamos ver a repercussão sobre algumas falas de parlamentares que agridem a democracia, ao contrário da minha que ficou bem clara se tratar de uma situação hipotética e, como já afirmei, sem a possibilidade de retorno do AI-5", escreveu.

No vídeo, ele diz que falou sobre AI-5 de uma forma hipotética e que quem está incitando a violência "querendo trazer para o Brasil o que acontece no Chile está passando batido". Ele ainda voltou a parabenizar Marco Feliciano pela atitude contra Humberto Costa.

"Eu falei que na hipótese de ocorrer no Brasil o que está acontecendo no Chile, esse vandalismo, terrorismo, tacando fogo arquitetado em estação de metrô, defendi medidas energéticas. O que fica parecendo com massacre da imprensa, parece que eu sou autoritário, quando quem de fato está incitando a violência, que está querendo trazer tudo que está acontecendo do Chile no Brasil, esse pessoal está passando batido", disse.

"Parabenizado Marco Feliciano em ter representado contra o Humberto Costa e quero dizer que estou estudando maneiras de entrar pelo menos no Conselho de Ética, senão outras cabíveis, contra esses deputados que tenham discursado, dado entrevista ou incitado a violência e a quebra da ordem democrática", completou.

A postagem de Humberto Costa que foi alvo de críticas de Marco Feliciano e Eduardo Bolsonaro diz que "a hora do Brasil vai chegar" ao comentar sobre as manifestações no Chile.