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Mensalão tucano: citando decisão do STF, juiz manda soltar Eduardo Azeredo

11.fev.2014 - O ex-governador Eduardo Azeredo - Alan Marques/Folhapress
11.fev.2014 - O ex-governador Eduardo Azeredo Imagem: Alan Marques/Folhapress

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

08/11/2019 11h45Atualizada em 08/11/2019 19h13

Resumo da notícia

  • Eduardo Azeredo é único político preso por mensalão tucano
  • Após decisão do STF, defesa pediu soltura do ex-governador
  • Ele cumpre pena de 20 anos de prisão em sala do Corpo de Bombeiros em BH

O juiz da Vara de Execuções de Belo Horizonte, Marcelo Lucas Pereira, expediu alvará de soltura do ex-governador Eduardo Azeredo, no meio da tarde de hoje. Azeredo foi solto por volta das 19h e saiu da prisão acompanhado de seus advogados.

De acordo com o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), a decisão foi entregue para os advogados de defesa do ex-governador. Ele está preso no Quartel do Corpo de Bombeiro, na zona sul de Belo Horizonte.

Em sua decisão, o juiz afirmou que o alvará "encaixa-se perfeitamente aos limites julgados pelo STF [Supremo Tribunal Federal]". O magistrado ainda afirmou que o ex-governador havia sido preso "em decorrência de decisão anterior do STF, de 2016, sem nenhuma discussão a respeito dos requerimentos de segregação (prisão) cautelar".

Único político preso no mensalão mineiro, o ex-governador estava preso desde 23 de maio de 2018 em uma sala especial do Corpo de Bombeiros, em Belo Horizonte. Na cadeia, Azeredo trabalhava para uma empresa de turismo, com um salário mensal de R$ 748,50, equivalentes a três quartos do salário mínimo, criando roteiros turísticos para a empresa.

Azeredo foi preso depois de ter a condenação pelo mensalão mineiro confirmada pelo TJ-MG. Alguns meses depois, ele, que já foi presidente nacional do PSDB, pediu desfiliação da legenda.

O ex-governador foi condenado pelo desvio de R$ 3,5 milhões de estatais mineiras em 1998, que teriam servido para a campanha dele à reeleição, quando acabou derrotado pelo ex-presidente Itamar Franco (1930-2011).

Azeredo foi apontado como um dos principais responsáveis pelo esquema, que envolvia agências de publicidade de Marcos Valério. Ele foi condenado a 20 anos de prisão por peculato e lavagem de dinheiro.