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Covas diz que fica no cargo e tem apoio de Doria para buscar reeleição

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, ao lado do governador do estado, João Doria, durante sua primeira coletiva após sair do hospital - SUAMY BEYDOUN/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, ao lado do governador do estado, João Doria, durante sua primeira coletiva após sair do hospital Imagem: SUAMY BEYDOUN/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

18/11/2019 12h20

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), concedeu sua primeira entrevista coletiva desde que deixou o hospital em São Paulo, na quinta-feira (14), onde passou por tratamento contra um câncer. Ovacionado por simpatizantes, disse que sua única preocupação é com sua festa de 40 anos. Presente na entrevista, o governador João Doria (PSDB) disse que não há plano B para a disputa da prefeitura: "Tem o plano Bruno Covas".

"Enquanto eu estiver em minhas faculdades mentais e físicas, é minha obrigação ser prefeito. Se eu tiver problema, eu sou obrigado a me afastar. Não se trata do que eu gosto ou deixo de gostar. É um compromisso com a cidade e com a minha saúde", afirmou o prefeito.

Covas disse que a única restrição "é agenda externa com grandes aglomerações". "As inaugurações vão continuar a acontecer. Se precisar, eu gravo um vídeo", disse.

"Qualquer gripe, mesmo que leve, pode ser um grande 'complicômetro' em relação ao meu tratamento. Quanto mais eu trabalhar, melhor, manter a cabeça ocupada."

De novo visual, o prefeito comentou a queda de cabelo ocasionada pelo tratamento. "A quimioterapia, além de derrubar o cabelo, baixa a imunidade. Como eu não tinha cabelo, tirei barba", afirmou, bem-humorado.

Questionado sobre seu estado de saúde para a eleição municipal de 2020, Covas disse que só discute o assunto no ano que vem. "Dois mil e vinte eu discuto em 2020. Preocupação da imprensa e dos políticos. Não é uma discussão posta na sociedade."

Segundo o prefeito, sua preocupação é outra: "Minha preocupação é com minha festa de 40 anos. Estamos em novembro, não sei quem está com essa preocupação [sobre a reeleição]".

Questionado sobre o assunto, Doria preferiu cravar o nome de Covas como única alternativa do PSDB. "Não tem plano B. Tem o plano Bruno. É só o Bruno Covas. Ele terá saúde, biografia e voto para se reeleger prefeito de São Paulo."

Tratamento

Bruno Covas afirmou que na próxima segunda-feira vai passar por uma nova sessão de quimioterapia.

"O que tem previsto é a terceira sessão de quimioterapia na semana que vem. Depois de duas semanas, passo por outra bateria de exames para avaliar os resultados da quimioterapia, e aí será decidido qual a segunda etapa do tratamento."

Covas recebeu alta na última quinta-feira. Ele deu entrada no hospital Sírio Libanês em 23 de outubro para tratar uma infecção na pele. A equipe médica, no entanto, diagnosticou uma trombose na perna direita.

Em seguida, os especialistas identificaram uma embolia pulmonar antes que exames apontassem um câncer na cárdia, região entre o esôfago e o estômago. Em razão de uma metástase no fígado, Covas foi submetido a duas sessões de quimioterapia.

Apenas no dia 14, novos exames indicaram que o prefeito já poderia se tratar em casa. Ele deve retornar em breve ao hospital para a terceira sessão de quimioterapia, um procedimento que dura 30 horas, em média.

O médico David Uip afirmou que Covas "está tão bem que até brincou que só falta crescer cabelo". Questionado sobre como estará o estado de saúde do prefeito no ano que vem, ano eleitoral, o especialista desconversou. "Não fazemos futurologia", disse.

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