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WhatsApp diz ao TSE que baniu conta de agência da campanha de Bolsonaro

18.set.2019 - Celulares conectados a computador fazem envio de mensagens de WhatsApp em massa com a ajuda de robôs  - Reprodução
18.set.2019 - Celulares conectados a computador fazem envio de mensagens de WhatsApp em massa com a ajuda de robôs Imagem: Reprodução

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

05/12/2019 20h51

O WhatsApp informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que baniu uma conta de uma agência contratada pela campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A informação foi prestada numa ação judicial de investigação eleitoral que apura se foram feitos disparos em massa de mensagens durante as eleições do ano passado.

Em ofício ao corregedor do TSE, Og Fernandes, o WhatsApp disse que baniu uma conta ligada à Yacows. No ano passado, a AM4, que fez a campanha digital de Bolsonaro, admitiu que contratou a Yacows, embora tenha alegado ter feito apenas um único disparo de mensagens.

O banimento ocorreu em 11 de outubro de 2018, segundo comunicado do TSE divulgado na noite desta quinta-feira (5), "por violar os termos de serviço do WhatsApp por suspeita de spam, envio de mensagens em massa ou automatizadas".

A conta banida foi localizada pelo WhatsApp mesmo sem estar na lista de linhas telefônicas fornecida pelo TSE e que embasou o pedido de informações feito pela Corregedoria.

O WhatsApp informou também que baniu outras duas contas ligadas a outra empresa investigada, a SMS Market, e a uma pessoa.

O TSE solicitou que o WhatsApp informasse linhas canceladas em nome das quatro empresas investigadas e a maioria de seus donos: Yacows, Quickmobile, SMS Market e Croc Services. Para isso, se valeu de uma lista fornecida por operadoras de telefonia brasileiras.

Mas o advogado WhatsApp disse que não localizou todas as informações solicitadas. "Por conta do longo período transcorrido desde o intervalo de datas de 14 de agosto de 2018 a 28 de outubro de 2018, o WhatsApp, de modo geral, não tem informações disponíveis relacionadas aos números de telefone indicados pelas operadoras de telefonia como pertencentes às empresas e pessoas mencionadas na decisão", afirmou.

O WhatsApp afirmou "tomou conhecimento de que as empresas ofereciam publicamente e faziam publicidade de serviços que violavam os termos de serviço do aplicativo", disse a assessoria do TSE.

O aplicativo também reiterou informação prestada ao jornal Folha de S.Paulo em 19 de outubro de 2018. O WhatsApp reafirmou que enviou notificações extrajudiciais para as quatro empresas, alertando-as e solicitando que as empresas cessassem as violações aos termos de serviço em 48 horas.