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Operação Lava Jato

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PF deflagra 70ª fase da Operação Lava Jato

Imagem de arquivo de movimentação na sede da Policia Federal, em São Paulo (SP) - Guilherme Rodrigues/Futura Press/Estadão Conteúdo
Imagem de arquivo de movimentação na sede da Policia Federal, em São Paulo (SP) Imagem: Guilherme Rodrigues/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

18/12/2019 08h06

A Polícia Federal deflagrou hoje a 70ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Óbolo. A ação tem como objetivo coletar provas de crimes de corrupção de agentes públicos, organização criminosa e lavagem de dinheiro relacionados a contratos de afretamento de navios celebrados pela Petrobras e sob responsabilidade da diretoria de abastecimento da empresa pública.

Os agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, no Rio e em Niterói (RJ), com o objetivo de colher evidências do envolvimento de empregados vinculados à diretoria de abastecimento e logística e gerência de afretamentos da Petrobras com atos de corrupção e lavagem de dinheiro.

Os policiais ainda buscam provas de corrupção por parte de pessoas e empresas que aparecem nos negócios investigados como intermediários (brokers) e teriam corrompido funcionários da estatal para garantir negócios de fornecimento de transporte de produtos para a Petrobras.

Há suspeitas de que empresas teriam sido beneficiadas com informações privilegiadas sobre a programação de contratação de navios utilizados para transporte marítimo de petróleo e derivados da empresa, tendo vantagem na captação de negócios. Em contrapartida, há evidências de pagamentos de propina a empregados da empresa pública. São alvo de investigações contratos de afretamentos firmados com o armador Maersk e contratos intermediados envolvendo os shipbrokers Tide Maritime e Ferchem, de acordo com o MPF (Ministério Público Federal).

Segundo a investigação apenas três empresas que são alvos de mandados nesta fase estabeleceram mais de 200 contratos de afretamento de navios, entre os anos de 2004 e 2015, em valores que ultrapassam R$ 6 bilhões de reais, sendo a remuneração de corretores intermediários (brokers) determinada pela atividade de aproximação entre os armadores de navios e a Petrobras.

A suspeita do pagamento da corrupção recai sobre os valores recebidos pelos corretores intermediários que, mesmo estabelecidos em uma pequena porcentagem dos contratos, alcançam vultosas somas de dinheiro e - apura-se - contribuíram para abastecer esquemas de corrupção sistemática reiteradas vezes demonstrados ao longo da Lava Jato.

O nome da nova fase faz referência à moeda que, de acordo com a mitologia grega, era usada para remunerar o barqueiro Caronte, que conduzia as almas através do rio que separava o mundo dos vivos dos mortos.

Outro lado

Em nota ao UOL, a Maersk confirmou que seus escritórios no Rio e em São Paulo foram alvos das autoridades hoje e que colaborará com as investigações. "Como se trata de uma investigação em andamento, não podemos comentar mais neste momento", diz um trecho do comunicado. A empresa acrescentou que trabalha contra todos os tipos de comportamento ilegal.

A reportagem tenta contato com os demais citados.

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