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Cristovam Buarque: 'Se não tivéssemos errado, Bolsonaro não era presidente'

9.out.2018 - O ex-senador Cristovam Buarque durante entrevista em seu gabinete, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
9.out.2018 - O ex-senador Cristovam Buarque durante entrevista em seu gabinete, em Brasília Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

15/01/2020 13h46

Uma série de erros de PT, PSDB e outros partidos que se consideram progressistas foram decisivos para a eleição de Jair Bolsonaro (sem partido) como presidente. A afirmação é do ex-ministro da Educação no governo Lula e ex-senador Cristovam Buarque (Cidadania).

Em entrevista ao jornal "O Globo", o ex-senador disse que os erros mais graves foram a falta de união em torno de projeto para o país e a conivência com a corrupção. "Se nós não tivéssemos errado, o presidente não era o Bolsonaro. Era alguém do PSDB, alguém do PT, do PSB, do PDT. Era alguém desse bloco", afirmou.

O político lançou recentemente o livro "Por que Falhamos - O Brasil de 1992 a 2018" (Tema Editorial), no qual cita 24 erros que, segundo ele, levaram à eleição de Bolsonaro.

Para Buarque, a esquerda está "nocauteada" e corre o risco de perder ainda mais espaço na corrida eleitoral deste ano. "Que se tenha alguma unidade, senão o Bolsonaro vai continuar", declarou.

O ex-senador disse que PT e PSDB falharam ao se comportarem como inimigos em vez de serem parceiros, o que atrapalhou o avanço do Brasil em diversos assuntos.

"Nós saímos do regime militar e ficamos com dois governos curtos, o do Sarney e o do Collor. E quando chega o primeiro governo do bloco dos democratas progressistas, era a hora de nos unirmos", afirmou.

Sobre a corrupção, Buarque declarou que o autodenominado bloco progressista tolerou transgressões e o aparelhamento do Estado, aceitaram e ainda aumentaram mordomias enquanto estiveram no poder.

"Temos se reconhecer que erramos e discutir quais os erros. Concomitantemente, qual é a nossa proposta para o Brasil, sem se preocupar com sigla? Qual é a proposta do bloco que pensa que é preciso progredir democraticamente?", disse.

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