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Maia critica de novo Weintraub e diz que ministro traduz 'bandeira do ódio'

Rodrigo Maia - Jamil Chade/UOL
Rodrigo Maia Imagem: Jamil Chade/UOL

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

03/02/2020 18h43Atualizada em 03/02/2020 20h32

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a disparar contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub. A relação entre ambos está estremecida e piorou nas últimas semanas após a crise instalada no MEC com as provas do Enem.

"Eu só trabalho com bandeira branca. O problema é que o grupo que o ministro representa é a bandeira do ódio. E eu não posso negociar com quem tem a bandeira do ódio de forma permanente atacando e agredindo as pessoas em redes sociais", disse Maia.

O presidente da Câmara já havia dito que Weintraub "atrapalha o Brasil". Maia lembrou o perfil agressivo de Weintraub nas redes sociais, que costuma atacar adversários.

"Com o presidente da República a gente vai tratar de todos os temas. Inclusive de Educação. Meu papel é articular com o presidente da República, não com os ministros", disse Maia.

Na Câmara, tramita uma PEC para manter o Fundeb (fundo da educação), o qual termina este ano. O ministro da Educação, reluta em aceitar a proposta da Câmara e já disse que quer enviar um novo texto para o Congresso em fevereiro.

No final de dezembro, o ministro incomodou parte do centrão - grupo informal formado por DEM, PP, MDB, PL, Republicanos, Solidariedade e PSD - quando demitiu Rodrigo Dias do comando do FNDE (fundo que direciona verba para livros didáticos, creches, merenda e transporte escolar). Dias tinha atuação alinhada com o entendimento da Câmara e comandava um orçamento de R$ 55 bilhões.

A demissão de Dias e a manutenção de Weintraub no cargo, por parte de Jair Bolsonaro (sem partido), foi entendida como um sinal de força do ministro junto ao presidente. Para controlar o FNDE, Weintraub escalou uma técnica de carreira, Karine Silva dos Santos.

As crises no MEC incomodam lideranças do centrão. Há uma discussão sobre o que pode ser feito para pressionar o ministro e o governo, uma vez que as comissões não estão funcionando, onde são necessários menos votos para convocar o ministro.

O líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), protocolou hoje um requerimento para convocar o ministro no plenário da Câmara. A proposta precisa ser votada em plenário.