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"Sem pressa", Bolsonaro aguarda acordo com a Globo para anunciar Regina

Regina Duarte em almoço com o presidente Jair Bolsonaro - Divulgação/Governo Federal
Regina Duarte em almoço com o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Divulgação/Governo Federal

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

05/02/2020 09h49

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que "não tem pressa" para oficializar a nomeação da atriz Regina Duarte à frente da secretaria especial de Cultura.

Segundo ele, a artista negocia rescisão de contrato com a Globo, emissora na qual trabalha há cerca de 50 anos (desde 1969, com uma breve interrupção entre 1984 e 85).

Enquanto Regina não assume em definitivo, a Cultura está sendo chefiada pela pastora evangélica Jane Silva, escolhida pela atriz para o cargo de secretária adjunta. O comando da pasta está vago desde a saída do dramaturgo Roberto Alvim, demitido depois de copiar trechos de um discurso do nazista Joseph Goebbels. O episódio instalou uma crise no governo.

Sem citá-lo nominalmente, Bolsonaro também criticou o ator José de Abreu, que tem alfinetado a colega de profissão em razão do alinhamento dela ao bolsonarismo.

Na semana passada, Abreu afirmou, em postagem no Twitter, que iria "desmascarar" Regina: "Lembra de quantos gays lhe tiraram rugas? Coloriram seus cabelos brancos? Criaram figurinos para esconder suas banhas?".

"Na política tem que ter um pouco de maldade. Entrou na política, entrou no liquidificador, um caldeirão. Tem um ator aí batendo nela, falando palavras impronunciáveis aqui. E eu não vi reação... Não vi ninguém, feminista, essa esquerda festiva que nós temos, falando nada", comentou Bolsonaro.

"Está massacrando uma senhora que tem um passado que nos orgulha", completou o presidente.

Na verdade, Abreu, que é defensor do PT e crítico a Bolsonaro, foi reprovado tanto à esquerda quanto à direita pelas declarações endereçadas a Regina. Ele tem sido chamado de machista e misógino.