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Bruno Covas inicia imunoterapia após biópsia revelar persistência de câncer

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas durante entrevista coletiva  - João Alvarez/Fotoarena/Folhapress
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas durante entrevista coletiva Imagem: João Alvarez/Fotoarena/Folhapress

Carolina Marins

Do UOL, em São Paulo

27/02/2020 13h24Atualizada em 27/02/2020 18h42

Resumo da notícia

  • Biópsia feita na semana passada mostrou que quimioterapia não foi suficiente
  • Segunda parte do tratamento, imunoterapia foi iniciada ontem
  • Terapia é considerada mais "tranquila" e com menores efeitos colaterais

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), iniciou nesta semana o tratamento com imunoterapia para combater um câncer, segundo informações divulgadas pela equipe médica que cuida do caso.

A expectativa é de que o prefeito volte às atividades públicas aos poucos. Covas trata um câncer na região do estômago e do esôfago desde o final do ano passado.

O anúncio foi feito hoje em entrevista coletiva dos médicos responsáveis pelo tratamento de Covas no hospital Sírio-Libanês, na Bela Vista, região central de São Paulo.

De acordo com os médicos, a biópsia feita na semana passada mostrou que a quimioterapia teve bom resultado, mas não foi suficiente.

"A biopsia foi positiva para o diagnóstico de tumor. Por conta disso, ontem mesmo o prefeito iniciou sua segunda parte do tratamento, a imunoterapia", explicou o médico David Uip.

Segundo Uip, com o fim da primeira fase do tratamento, que consistia na quimioterapia, os médicos tinham como opções a cirurgia ou a imunoterapia.

O médico Artur Katz explica que a imunoterapia servirá para fazer com que o sistema imunológico do prefeito aja contra os tumores.

"Quando se tem um tumor, o sistema imunológico deveria reconhecê-lo e combatê-lo. Porém, o tumor tem mecanismos que tornam o sistema hipnotizado, inerte. A imunoterapia consiste em administrar medicamentos que procuram, então, romper essa espécie de hipnose, de maneira que a imunidade do paciente possa identificar e atacar o tumor", explicou.

Os médicos optaram pelo tratamento por considerá-lo mais tranquilo e com menores efeitos colaterais. Com isso, o prefeito poderá se apresentar em atividades públicas.

De acordo com o médico Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, a imunoterapia foi escolhida com base nos resultados da última biópsia, em conjunto com os exames feitos no início do diagnóstico do prefeito.

"Na biópsia de semana passada, foi confirmada que ainda há, infelizmente, doença oncológica, e foram replicados nesses linfonodos os biomarcadores necessários que nos mostram que a melhor opção de tratamento nesse momento é a imunoterapia. A terapia foi definida com base em análise molecular e genética do linfonodo feita em outubro e replicada na biópsia na ecoendoscopia."

De acordo com Uip, o prefeito está em ótimas condições para uma cirurgia, mas, devido a estudos positivos e ao bom histórico de tratamentos envolvendo imunoterapia, foi decidido pela equipe médica não partir para a intervenção cirúrgica no momento.

O tratamento consiste na administração de medicamentos durante 30 minutos e será feito a cada três semanas. Os médicos estimam que ele deva durar de dois a três meses, quando deve ser dado um novo boletim sobre a evolução do caso.

A recomendação médica é que o prefeito volte à vida pública aos poucos e com cautela. Ele havia reduzido sua agenda pública devido ao risco de redução de seu sistema imunológico causado pela quimioterapia.

Na última avaliação, os tumores que estavam na região do estômago e do fígado haviam "desaparecido". No entanto, ainda havia inchaço em alguns linfonodos, órgãos que fazem a filtragem do sangue no sistema linfático. A biópsia revelou a persistência de células tumorais nesses linfonodos.

O prefeito foi internado na última semana para realização de exames que definiriam as próximas etapas do tratamento após o fim das sessões de quimioterapia.

O câncer foi diagnosticado no final do ano passado, quando Covas se internou, no dia 23 de outubro, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para tratar uma infecção de pele chamada erisipela na perna direita.

Dois dias depois, foi encontrada uma trombose das veias fibulares e exames posteriores apontaram tromboembolismo pulmonar e câncer.