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Alcolumbre se reúne com Bolsonaro e critica ataque de ministro ao Congresso

O presidente Jair Bolsonaro com os presidente do STF, Dias Toffoli, da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP)  - Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro com os presidente do STF, Dias Toffoli, da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) Imagem: Marcos Corrêa/PR

Do UOL, em São Paulo

02/03/2020 17h38

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se encontrou pela primeira vez com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na tarde de hoje, desde quando críticas do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, ao Congresso se tornaram públicas.

Segundo informação da TV Globo, o objetivo do senado foi "externar o descontentamento com o ministro e com ataques ao Congresso. "Essas atitudes não serão mais toleradas. O Congresso é independente e não aceitará ataques à democracia", afirmou.

Cerca de duas semanas atrás, o general Augusto Heleno conclamou o governo a não ficar "acuado" pelo Congresso Nacional e pediu para o presidente "convocar o povo às ruas".

"Não podemos aceitar esses caras chantageando a gente. Foda-se", afirmou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. A declaração estava em um áudio captado em uma live, em que ele dizia não ser aceitável o Poder Legislativo avançar sobre os recursos do Executivo.

Na época, Alcolumbre já havia reagido à fala do general dizendo se tratar de um "ataque democracia". "Nenhum ataque à democracia será tolerado pelo Parlamento, mais do que nunca. O Congresso Nacional seguirá cumprindo com as suas obrigações", afirmou ele.

O Plenário do Senado analisa, ainda, um pedido de convocação para que o ministro Augusto Heleno dê explicações sobre críticas que fez ao Congresso. O requerimento de convocação foi protocolado no mesmo dia em que o áudio se tornou público, pelo líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE).

Manifestação para o dia 15

A manifestação de grupos de direita pró-Bolsonaro, marcada para o dia 15 de março, é uma reação à fala do general e ministro Augusto Heleno.

O ato já estava marcado desde janeiro, mas acabou mudando de pauta para apoio a Bolsonaro e encorpando insinuações autoritárias após Heleno atacar o Congresso.

O presidente Bolsonaro tem distribuído nos bastidores mensagens de apoio às manifestações. A iniciativa, porém, já tem gerado repúdio entre políticos e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Vetos ao Orçamento

Ainda durante o encontro, Alcolumbre também reclamou da questão dos vetos ao Orçamento —Planalto e o Congresso Nacional disputam pelo controle de R$ 30 bilhões do Orçamento.

Após um acordo costurado pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, parlamentares cederam e aceitaram devolver R$ 11 bilhões para o controle do Executivo. Líderes do Congresso também aceitaram em deixar de fora da lei o prazo de 90 dias e a previsão de punição.

Mesmo assim, o acordo foi criticado internamente por integrantes do governo. A crise eclodiu quando o ministro Augusto Heleno acusou o Legislativo de "chantagear" o governo por recursos.

"Os ministros fecham acordo com o Congresso e não comunicam ao presidente?!", questionou o presidente do Senado no encontro com Bolsonaro.

O aumento do poder de deputados e senadores na destinação de verbas é uma das reclamações dos manifestantes que pretendem fazer ato no próximo dia 15.