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Jornal cita diálogo em que Bebianno teria contado teor de carta a Bolsonaro

Gustavo Bebianno, ex-ministro do governo Bolsonaro - Ricardo Borges/Folhapress
Gustavo Bebianno, ex-ministro do governo Bolsonaro Imagem: Ricardo Borges/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

14/03/2020 22h41

O jornal "O Estado de S. Paulo" revelou hoje diálogo em que o ex-ministro Gustavo Bebianno teria contado teor de carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido)

Bebianno morreu na madrugada de hoje vítima de um infarto fulminante. Ele estava em um sítio no interior do Rio com seu filho quando se sentiu mal. Ao ir ao banheiro tomar um remédio, desmaiou. Ele foi levado para um hospital próximo, onde morreu. O velório e o enterro aconteceram na tarde de hoje em Teresópolis (RJ).

No encontro, ocorrido na última terça-feira, em Brasília, onde fazia reuniões para viabilizar a candidatura à prefeitura do Rio, Bebianno teria detalhado o conteúdo da carta enviada a Bolsonaro após ser demitido do governo.

"Eu disse que Carlos [Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro] não sabia amar, era nutrido por ódio o tempo inteiro. Ninguém o ensinou a amar. Ele não aprendeu", disse.

Segundo o jornal, cópias da carta foram entregues para o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, então chefe da Casa Civil; o general Maynard Santa Rosa, que ocupava o cargo de chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE); e para o ator Carlos Vereza.

Lorenzoni garantiu a Bebianno que Bolsonaro leu o conteúdo da carta.

Um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro, Bebianno foi o primeiro ministro a ser demitido no novo governo, em fevereiro do ano passado. A sua saída da Secretaria-Geral da Presidência aconteceu em meio a uma crise com suspeitas de candidaturas laranjas no PSL — que era então partido do presidente — e agravou-se após episódios de desentendimentos com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

Em dezembro, o ex-ministro se filiou ao PSDB do Rio de Janeiro, em um evento que contou com a presença do governador de São Paulo, João Doria, que deve se colocar como opção em uma eventual disputa com Bolsonaro para a presidência em 2022 e já tem travado intensos debates com o presidente.