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Ciro diz que Lula é líder de falcatruas e tem culpa por situação do Brasil

Do UOL, em São Paulo

09/04/2020 12h33Atualizada em 09/04/2020 15h34

O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) disse hoje em entrevista ao UOL que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o líder das "falcatruas" que acontecem no país e tem culpa pela situação em que o Brasil se encontra hoje.

"O Lula é o líder [das falcatruas]. Só quem é um fanático lulista que vai desconhecer", afirmou. Perguntado sobre qual é a sua relação, hoje, com o petista, Ciro respondeu: "nenhuma". "Eu perdi o respeito por ele, completamente", declarou.

"O Lula é um politiqueiro e boa parte do que nós estamos vivendo no Brasil, nós devemos a ele", completou. Na avaliação de Ciro, o "bolsonarismo boçal e corrupto" só existe porque antes existiu o "lulopetismo boçal e corrupto".

"Existiria o bolsonarismo boçal e corrupto se não fosse o lulopetismo boçal e corrupto que produziu a maior crise econômica da história do Brasil?", questionou o ex-governador do Ceará, que ainda responsabilizou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) por ter cometido, segundo ele, o "maior estelionato eleitoral" que já assistiu em sua vida.

"E quem era a Dilma? Alguém aqui acredita que a Dilma estava ali pela grande carreira política, pela experiência extraordinária que ela tinha de vereadora, de deputada, de governadora, de prefeita, ou ela foi pinçada e imposta pela popularidade do Lula para continuar mandando?", declarou.

Em seguida, Ciro lembrou do episódio em que Lula chegou a ser nomeado por Dilma para comandar a Casa Civil, em março de 2016.

"Não foi o epicentro da crise que desandou a coisa a nomeação do Lula como ministro dela? Que precipitou tudo? O petismo fanático é igual o bolsonarismo fanático", afirmou.

À época, o então juiz Sergio Moro tornou público um diálogo em que os dois tratavam sobre o tema -para a Lava Jato, a nomeação de Lula tinha como objetivo transferir as investigações sobre ele da Justiça Federal para o STF (Supremo Tribunal Federal). A Corte, então, acabou anulando a posse de Lula.

Registros obtidos pela Folha de S. Paulo e analisados em conjunto com o site The Intercept Brasil em setembro de 2019 mostram que outras conversas de Lula, mantidas em sigilo pela Lava Jato, enfraquecem a tese de Moro.

Apesar das declarações, Ciro Gomes foi um dos críticos à prisão de Lula em 2018 e tentou visitar o ex-presidente na sede da Polícia Federal em Curitiba. As relações foram definitivamente rompidas depois que o PT não aceitou montar uma chapa presidencial na eleição de 2018 encabeçada por Ciro e com Fernando Haddad (PT) como vice. Os dois acabaram saindo candidatos em chapas separadas, com o pedetista caindo no primeiro turno e o petista sendo derrotado no segundo por Jair Bolsonaro (à época no PSL, hoje sem partido).

Lula já foi condenado em segunda instância em duas ações penais, ambas por corrupção e lavagem de dinheiro: o caso do tríplex de Guarujá (SP) e o do sítio de Atibaia (SP). O ex-presidente ficou preso por um ano e meio e deixou a cadeia em novembro do ano passado, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) voltou a proibir a execução da pena após condenação em segunda instância.