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Temer grava vídeo para defender isolamento: "Nós temos que nos acautelar"

Ex presidente da república Michel Temer durante entrevista nos estúdios do UOL neste ano - Lucas Lima/UOL
Ex presidente da república Michel Temer durante entrevista nos estúdios do UOL neste ano Imagem: Lucas Lima/UOL

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

12/04/2020 20h46

O ex-presidente Michel Temer (MDB) gravou um vídeo neste domingo de Páscoa (12) para defender o isolamento social, como medida necessária para conter a propagação do novo coronavírus.

"Nós estamos passando alguns dias difíceis. Com esta quarentena, nós estamos obrigados durante todo esse período. Parece que nas duas próximas semanas, principalmente a próxima, podem ocorrer o chamado pico da pandemia. Estamos nós temos que nos acautelar", afirmou Temer, em video divulgado pelo perfil do jornalista Ricardo Noblat no Twitter.

O Ministério da Saúde anunciou hoje que subiu para 1.223 o número de mortes registradas pelo novo coronavírus no Brasil — 99 óbitos confirmados nas últimas 24 horas.

Até ontem, eram 1.124 mortes. No total, são exatos 22.169 casos oficiais até agora — aumento de 1.442 diagnósticos em um único dia —, segundo o Ministério.

O posicionamento de Temer é radicalmente contrário ao de seu sucessor na Presidência da República. Jair Bolsonaro (sem partido) já afirmou repetidas vezes ser contra o isolamento social.

Hoje mesmo, durante uma live com religiosos para celebrar a Páscoa, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que "parece que está começando a ir embora a questão do vírus", em referência aos efeitos da pandemia da covid-19.

Segundo ele, à medida que um problema estaria se diluindo, em sua visão, outro mais grave tende a aparecer: o desemprego. Essa tese tem sido sustentada pelo presidente, segundo o próprio, nos últimos "40 dias".

Mas Bolsonaro não observou um detalhe crucial: o Brasil ainda nem sequer bateu o pico de casos de coronavírus. E quem diz isso é o próprio Ministério da Saúde.

A pasta projeta que a etapa de aceleração descontrolada de casos só chegará em maio, com desaceleração prevista para meados de junho. O nível do pico, segundo especialistas, depende do tipo de isolamento social adotado em estados e municípios para conter a pandemia.