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Em indireta a Onyx, ex-ministro exalta 'liderança natural' de Braga Netto

Jair Bolsonaro com Onyx Lorenzoni em janeiro de 2019; ministro já vinha perdendo poderes há meses - Alan Santos/PR
Jair Bolsonaro com Onyx Lorenzoni em janeiro de 2019; ministro já vinha perdendo poderes há meses Imagem: Alan Santos/PR

Carla Araújo e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

22/04/2020 18h27

Em entrevista concedida hoje ao UOL, o ex-ministro da Secretaria de Governo e oficial da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz elogiou o trabalho do general Walter de Souza Braga Netto à frente da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (sem partido) e fez críticas indiretas ao ex-ocupante da pasta, Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

"Quando você tem um assunto que envolve diversos ministérios, a coordenação é feita pela casa Civil", disse Santos Cruz.

Ele [Braga Netto] está chamando a atenção porque (a coordenação) não era feita.
Carlos Alberto dos Santos Cruz

Além de demonstrar a hierarquia e o respeito típico dos militares ao avaliar o desempenho do general Braga Netto, o general da reserva Santos Cruz alfinetou Onyx, cujo trabalho não era bem visto por membros do governo e parlamentares. Depois de acumular uma série de desgastes, Onyx foi deslocado para o comando do Ministério da Cidadania e abriu espaço para que Braga Netto assumisse a Casa Civil.

Na época em que chefiou a Secretaria de Governo, até junho de 2019, Santos Cruz dividia a função de articulação política com Onyx, até então ministro da Casa Civil.

O ministro Onyx será procurado e, caso se manifeste, suas considerações serão incorporadas a este texto.

Atuação durante a crise

Santos Cruz avalia que Braga Netto —que coordena o grupo de crise de combate ao coronavírus— atuou de forma correta na "novela" da demissão de Luiz Henrique Mandetta (DEM) do Ministério da Saúde. Ele foi substituído pelo oncologista Nelson Teich.

Para ele, presidente substituir ministros "é natural". "O que não pode ter uma briga pública. O governo dá uma orientação e o próprio governo vai contra a orientação. Não poderia ter acontecido".

Para o ex-ministro da Secretaria de Governo, o colega de farda adquiriu protagonismo agora durante esta crise e isso demonstra que ele tem feito o seu trabalho.