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Em discurso, Moro destaca autonomia da PF na gestão do PT: 'Fundamental'

UESLEI MARCELINO/Reuters
Imagem: UESLEI MARCELINO/Reuters

Do UOL, em São Paulo

24/04/2020 11h18Atualizada em 24/04/2020 16h05

Ao anunciar sua saída do cargo de ministro da Justiça, Sergio Moro reconheceu a autonomia que a PF (Polícia Federal) teve em governos anteriores.

Os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —2003 a 2010— e Dilma Rousseff (PT) —2011 a 2016— foram os principais alvos da Operação Lava Jato, cujos processos eram comandados por Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba.

"Foi garantida a autonomia da Polícia Federal durante esses trabalhos de investigação. É certo que o governo na época tinha inúmeros defeitos, aqueles crimes gigantescos de corrupção", afirmou.

"Mas foi fundamental a manutenção da autonomia da PF para que fosse possível realizar esse trabalho. Seja de bom grado ou seja pela pressão da sociedade, essa autonomia foi mantida", completou.

Ele destacou também a importância da Lava Jato durante o período. "Antes de assumir o cargo, fui juiz federal por 22 anos, tive diversos casos criminais relevantes e, desde 2014, tivemos a operação Lava Jato que mudou o patamar de combate à corrupção no país. Lógico que tem muito a ser feito, mas o cenário foi modificado", destacou.

Valeixo, diretor-geral da PF que foi exonerado hoje por decisão de Bolsonaro à revelia de Moro, esteve à frente da instituição no Paraná durante a Lava Jato.

Em julho de 2018, Valeixo foi responsável por ter barrado a soltura de Lula, que estava preso à época, determinada durante um plantão do judiciário. O episódio foi relembrado por Moro em seu discurso hoje. "Foi graças à autonomia dele", disse o ex-ministro, "que foi possível rever essa ordem de prisão ilegal antes que ela fosse executada".

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O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.