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CPMI das Fake News investiga uso de CPFs de mortos para disparos em massa

Do UOL, em São Paulo

29/04/2020 11h15

O presidente da CPMI das Fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA) disse ao UOL Entrevista na manhã de hoje que técnicos constataram o uso de CPF de pessoas mortas para criar contas que faziam disparos em massa.

Em entrevista à jornalista e colunista do UOL Constança Rezende, o senador afirmou que, além do coronavírus, o Brasil está sendo "assolado pela pandemia da fake news, com pessoas que usam a redes sociais para praticar o mal, verdadeiros marginais".

"Os técnicos estão pegando perfis que foram detectados após denúncia como falsos, de CPFs até de pessoas mortas que foram usadas para abrir conta no Whatsapp, para disparo em massa", afirmou.

Ele disse que os prazos estão suspensos por causa da pandemia do novo coronavírus, o que impede encontros presenciais, mas não atrapalhou o trabalho da parte técnica, que deu continuidade aos trabalhos. O prazo da CPMI foi prorrogado por 180 dias.

Moro cometeu corrupção e prevaricação, diz senador

A CPI tem 165 requerimentos de convocação de pessoas, incluindo do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, e cerca de 60 de quebras de sigilo bancário e de comunicações.

Segundo Coronel, Moro disse que pediu uma pensão à sua família para assumir o cargo, mesmo não havendo previsão para isso. E Jair Bolsonaro (sem partido) nada disse a respeito disso. O ex-ministro teria cometido corrupção e prevaricação.

"A partir do momento que ele diz que o presidente pedia informações de inquéritos sigilosos, não fornecia, mas não denunciou o presidente, ele cometeu o crime de prevaricação", iniciou o senador.

"A partir do momento que ele manter uma pensão em caso de morte, corrupção passiva. A partir do momento que o presidente não negou, é corrupção ativa do presidente da República. Nesse depoimento houve vários crimes cometidos de menor e maior monte, que precisam ser esclarecidos, dele e do presidente."

Temor do governo aumenta interesse em investigar receio do Planalto

A CPI foi prorrogada apesar das pressões do governo. Eduardo Bolsonaro foi ao Supremo Tribunal Federal tentar barrar a continuidade das apurações.

Segundo Coronel, o deputado " fez um desserviço à nação" porque as investigações não se voltam apenas para o núcleo bolsonarista.

"Eu quero que a CPI, independentemente da linha política... nós estamos em quatro linhas de investigações. Se está incomodando a questão das eleições 2018 o clã bolsonarista, temos outras frentes que precisam ser protegidas. Uma mulher foi morta no Guarujá porque diziam que ela fazia magia negra. Era fake news. A partir do momento em que o Eduardo (Bolsonaro) entra na Justiça para suspender os trabalhos da CPI, é um desserviço à nação"

Segundo ele, esse "medo" instiga os parlamentares a investigarem mais. "Tudo isso está na fase de suposições, mas, a partir do momento que entra, quero ratificar: Tá tendo medo de alguma coisa. Não é essa necessidade de terminar a CPI. Não é para investigar pessoas, mas, para fatos que estão ocorrendo no Brasil, existem fakes contra vacinas, coronavírus, mas eles estão só deslumbrando o fake na questão presidente da República."

Telefones tinham chips do Uruguai, diz senador

Segundo Coronel, foram usados chips do Uruguai e da Flórida, nos EUA, para fazer disparos em massa. O UOL revelou em janeiro que os dados em poder da CPI mostravam chips também da Inglaterra e Vietnã, apesar de eles serem operados dentro do Brasil.