MBL pede que Justiça suspenda nomeação de diretor da PF feita por Bolsonaro
O MBL (Movimento Brasil Livre) acionou, hoje (04), a Justiça Federal em Brasília para pedir a suspensão da nomeação do novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza. O novo comandante da corporação foi nomeado hoje por Jair Bolsonaro (sem partido) e tomou posse em uma cerimônia fechada à imprensa.
Essa não é a primeira movimentação do MBL contra o governo. O grupo, que já apoiou Bolsonaro, ingressou com pedido de impeachment contra o presidente na última semana e critica posturas adotadas pelo mandatário contrárias às orientações sanitárias de prevenção ao Covid-19.
A ação justifica que a nomeação de Rolando "atenta mortalmente contra a moralidade administrativa, a probidade, as instituições democráticas, a Pátria e contra o povo desta nação".
"O primeiro ato de Rolando foi substituir o superintendente da PF no Rio de Janeiro, o que corrobora as denúncias feitas por Sérgio Moro e demonstra a interferência de Bolsonaro na corporação para blindar os filhos contra investigações", afirmou ao UOL o advogado que moveu a ação, Rubens Nunes.
"Em termos práticos, Bolsonaro substituiu o nomeado por terceiro alinhado à seus interesses escusos, como ficou evidenciado em seu primeiro ato após empossado - O novo Diretor da Polícia Federal substituiu o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro", considerou a ação.
Na última semana, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes barrou a nomeação de Alexandre Ramagem, próximo à família Bolsonaro. O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, abandonou o governo após acusar Bolsonaro de interferir politicamente no cargo de comando da PF.
Bolsonaro obedeceu a decisão da Corte e não deu posse à Ramagem. Na última quarta-feira (29), quando estava marcada a posse de Ramagem, aconteceu a posse do ministro da Justiça, André Mendonça. Durante a cerimônima, Bolsonaro afirmou que insistiria na nomeação da direção da PF.
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