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Doria e Witzel veem o 'cala boca' de Bolsonaro como ataque à democracia

Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto -
Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto

Do UOL, em São Paulo

05/05/2020 17h09

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), criticaram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por mandar um jornalista calar a boca hoje pela manhã.

"Minha solidariedade aos profissionais da imprensa e aos veículos de comunicação. Hoje, em Brasília, mais uma atitude condenável de desrespeito à imprensa. Cada ameaça à liberdade de expressão atinge a democracia no Brasil. Lamentável a escalada autoritária no País", disse Dória.

"Mandar um jornalista calar a boca é tentar calar a boca da democracia. Quando você tem um cargo público relevante na sociedade você precisa responder à imprensa e não agredi-la, ofendê-la, espezinhá-la, humilhá-la", analisou Witzel.

O caso aconteceu hoje de manhã, quando o presidente negou que tenha pedido a cabeça do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro e, ao rebater uma reportagem da Folha de S.Paulo, fez ataques à imprensa que o aguardava na saída do Palácio da Alvorada.

Sem responder perguntas, o mandatário elevou o tom, inflamou seus apoiadores contra os jornalistas e chegou a gritar que os profissionais deveriam "calar a boca".

"Cala a boca, não perguntei nada. Cala a boca, cala a boca. Não tenho nada contra o superintendente do Rio e não interfiro na PF", disse Bolsonaro.

A ira decorre, segundo Bolsonaro, de uma reportagem da Folha publicada ontem. No texto, a coluna "Painel", da jornalista Camila Mattoso, observa que a superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro é um foco de interesse da família Bolsonaro.