Troca na PF-RJ será apurada em inquérito sobre interferência de Bolsonaro
A futura mudança na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, antecipada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, será investigada no inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) interferiu na corporação. Como mostrou o UOL, o chefe da regional fluminense foi convidado a ocupar um cargo em Brasília. Isso deixaria a vaga no Rio aberta.
Pela PF no Rio já passaram casos sensíveis para Jair Bolonaro, como os que envolvem o porteiro do seu condomínio, o deputado e amigo Hélio Negão (PSL-RJ), e seu filho Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) — este último acabou arquivado, mas segue na Polícia Civil e no Ministério Público Estadual.
O próprio presidente ainda mencionou um depoimento do ex-sargento Ronnie Lessa, suspeito de participar do assassinado da vereadora Marielle Franco (PSOL), relacionado a seu filho Jair Renan.
Até o momento, o chefe da PF no Rio, Carlos Henrique Oliveira, não aceitou formalmente o convite feito pelo novo diretor geral, Rolando Alexandre Souza, para assumir a direção-executiva em Brasília. Seria uma "promoção", mas o caso é visto com desconfiança por delegados, agentes e peritos por causa do momento em que é feito. "É certa imaturidade", disse um delegado ouvido pela reportagem.
O procurador geral da República, Augusto Aras, vai apurar essa mudança, por que ela foi anunciada previamente pelo ex-ministro Sergio Moro em 24 de abril, e reafirmada no sábado (2) em depoimento à Polícia Federal, como um dos exemplos da interferência do presidente da República na corporação.
Como mostrou o UOL, o caso remonta a 2019.
Não haverá um ato formal para investigar as alterações no Rio. No então, não há como investigar as acusações se Moro sem analisar esse fato, informou uma fonte da Procuradoria à reportagem.
Hoje, Bolsonaro gritou e mandou repórteres calarem a boca, mas não respondeu se foi ele quem pediu ser feita a nova troca na PF do Rio de Janeiro.
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