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Paes: 'Se eu fosse governador, daria um jeito de não brigar com Bolsonaro'

Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio de Janeiro - Folhapress
Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio de Janeiro Imagem: Folhapress

Do UOL, em São Paulo

19/05/2020 19h51

Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio de Janeiro, afirmou que "daria um jeito de não brigar" com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se fosse governador do Rio em meio à pandemia do coronavírus.

Paes falou sobre a relação de Bolsonaro com o atual governador do estado, Wilson Witzel (PSC), que se uniu ao presidente durante as eleições de 2018, mas depois começou a criticá-lo. O ex-prefeito foi derrotado por Witzel na eleição de dois anos atrás.

Ao ser questionado durante entrevista na CNN se vem tentando se distanciar de Bolsonaro atualmente, Paes negou. "De maneira nenhuma. Nem rejeitei Bolsonaro, nem Haddad, nem ninguém [na eleição de 2018]. A história de usar candidatura como bengala é um debate que era ridículo. No final do dia, quem tem a caneta é o governador do estado. Por mais que eles [Bolsonaro e Witzel] fossem amiguinhos, quem toma a decisão é o Witzel", disse Paes.

"Eu não apoiei nenhum dos dois candidatos. Não tenho necessidade de me distanciar, porque é óbvio o apoio das organizações Bolsonaro ao Witzel em 2022. Não fiquei com ciúmes. Perdi a eleição muito em razão disso. Isso é uma realidade. Todo mundo sabe que houve parceria entre Bolsonaro, Witzel, com apoio do prefeito [Marcelo] Crivella. Se eu fosse governador do Rio hoje, daria um jeito de não brigar com o Bolsonaro, muito menos agora no momento de crise. Se eu fosse governador, apesar de não ter tido apoio do Bolsonaro, estaria trabalhando junto para o interesse atual", declarou.

Paes também avaliou o governo Bolsonaro e fez críticas às posições do presidente durante a pandemia. "Quando o presidente conduz a pandemia, é um absurdo. Ele tem que ser o grande líder do país, foi eleito presidente. Compete a ele. Não estou querendo ficar amigo de ninguém, do governador X ou Y, mas ele tem que integrar os níveis de governo para trabalhar em conjunto. Hoje, eu falo como cidadão, não há nada mais agoniante do que ver o prefeito falar uma coisa, o governador outra e o presidente outra completamente diferente, em geral contra a ciência", afirmou.

"Até acho que a questão econômica tem uma relevância, mas não mais que a vida. O governo é de muitos conflitos e vemos isso na hora de crise. É na hora de crise que precisamos dos governantes. É nessa hora que vemos quem tem capacidade de lidar e, infelizmente, nem o prefeito, nem o governador, nem o presidente, eles não estão indo bem no atendimento à população da cidade e do estado do Rio de Janeiro", acrescentou.