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Regina Duarte não deixa legado, dizem senadores: 'Nada fez pela cultura'

4.mar.2020 - A atriz Regina Duarte discursa ao tomar posse como secretária especial de Cultura - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
4.mar.2020 - A atriz Regina Duarte discursa ao tomar posse como secretária especial de Cultura Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

20/05/2020 19h29Atualizada em 20/05/2020 19h29

A saída de Regina Duarte da Secretaria Especial de Cultura repercutiu entre os senadores. Nas redes sociais, eles lamentaram a instabilidade na gestão da pasta e a ausência de um legado deixado pela atriz que permaneceu no cargo por pouco mais de 70 dias.

"Regina Duarte nem chegou a compor o 'governo'. Nada fez pela cultura, sequer se sensibilizou com a morte de colegas. Com todo respeito, que ela mesma deixou de ter, já vai tarde!", afirmou o líder da Minoria no Senado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no Twitter.

Para o líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE), a ex-secretária demonstrou falta de habilidade e de interlocução com a classe artística. Ele teme que o cenário se agrave ainda mais com o futuro indicado para o cargo.

"Sai [Regina Duarte] como uma pessoa indesejada, incapaz de conduzir a pasta e, ainda por cima, fazendo teatrinho com o presidente para poder dizer que está saindo em paz, ganhando um prêmio de consolação. O pior é que se já era ruim, com a Regina ficou pior. O por vir ainda pode ser mais trágico para a cultura, para os produtores culturais e para toda classe artística brasileira", disse em vídeo.

As incertezas nas políticas de incentivo à cultura do governo também foram destacadas pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES). "A deslealdade é o salário de quem se soma à escória bolsonarista: a história não os absolverá! Se a gestão ruinosa de Regina terminou, o mesmo não se pode dizer sobre o obscurantismo na cultura, que ainda atravessará um longo inverno", ressaltou, também pelo Twitter.

'Vergonha muito imensa'

Na mesma rede social, o senador Humberto Costa (PT-PE) publicou vídeo no qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Regina Duarte explicam os motivos que levaram a atriz a deixar a secretaria e anunciam sua ida à Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

"Regina Duarte deixa o cargo e volta a passar uma vergonha muito imensa. Deixa de ser secretária de Cultura para ser funcionária de terceiro escalão da Secretaria. E comemora. Na cara lisa", acrescenta.

As polêmicas geradas após entrevistas concedidas pela ex-secretária —como a que foi ao ar pela CNN Brasil, em que Regina minimizou atos da ditadura militar e se revoltou após um questionamento feito pela ex-colega de profissão, a atriz Maitê Proença— também foram lembradas pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN).

"Suicidou-se profissional e socialmente: saiu de contrato com a Globo onde ganhava até para ficar sem atuar, entrou num governo ruim, falou um monte de bobagens, ofendeu a cultura e a história, não fez nada de concreto e ainda teve que se contentar com um rebaixamento funcional", avaliou o senador.

O senador Paulo Rocha (PT-PA) se somou às críticas. "Não adiantou a Regina Duarte vomitar barbaridades sobre a ditadura", complementou.

*Com Agência Senado