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Sob Bolsonaro, Abin recebeu mais de 1,2 mil relatórios de inteligência

Do UOL, em São Paulo

23/05/2020 16h56

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) recebeu 1.272 relatórios de inteligência entre 2019 e 2020, produzidos por diversos órgãos do governo e enviados ao Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). A informação foi divulgada hoje pelo jornal O Globo.

Os dados contradizem críticas recentes do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que reclamou em reunião interministerial de 22 de abril — cuja gravação foi liberada ontem pelo ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal) — que os sistemas oficiais de informação "desinformam", enquanto seu sistema "funciona".

"Sistemas de informações: o meu funciona. O meu particular funciona. O que tem oficialmente desinforma. E voltando ao tema: prefiro não ter informação do que ser desinformado por sistema de informações que eu tenho", disse Bolsonaro na gravação.

Os relatórios são usados para repassar informações ao Palácio do Planalto, podendo ser encaminhados para o Gabinete de Segurança Institucional ou para setores de inteligência dos ministérios. O encaminhamento é determinado pela Abin, hoje comandada pelo delegado Alexandre Ramagem.

Segundo dados divulgados pelo jornal, o Sisbin recebeu 951 documentos de inteligência em 2019 e 321 até aqui em 2020. A Polícia Federal enviou 65 documentos ao sistema, sendo 54 no ano passado e 11 neste ano.

O órgão que mais produziu relatórios no período foi o Centro de Inteligência da Marinha, com 221 relatórios em 2019 e 62 em 2020.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.