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Barroso: mais grave que ataque ao STF, é falta de projeto na Educação

Ministro da Educação, Abraham Weintraub - ADRIANO MACHADO
Ministro da Educação, Abraham Weintraub Imagem: ADRIANO MACHADO

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

26/05/2020 10h41

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso comentou hoje a fala do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que cogitou a prisão de ministros do Supremo na reunião ministerial do dia 22 de abril.

Barroso afirmou que considera a ausência no país de um projeto adequado para a educação um fato mais grave que as declarações do ministro.

"O vídeo fala por si só. E não gostaria de comentá-lo, esse é o fato político do dia, portanto não é tema especifico para um juiz se pronunciar", disse o ministro.

"Porém, pensando a vida do ponto de vista institucional, eu considero que mais grave que o ataque ao Supremo é o país que não tem projeto adequado para a Educação", afirmou Barroso.

O ministro fez a afirmação em entrevista coletiva à imprensa na manhã de hoje, um dia após tomar posse como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Barroso foi questionado sobre o vídeo da reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na qual Weintraub afirmou que: "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF."

O ministro Celso de Mello, do STF, relator do inquérito no STF que analisa o vídeo, afirmou que a menção à corte feita por Weintraub pode, em tese, configurar o crime de injúria.

Ontem, em seu discurso de posse na presidência do TSE, Barroso afirmou que a "educação não pode ser capturada pela mediocridade" e que "precisamos armar o povo com educação, cultura e ciência".

Apesar de não ter feito referências diretas, as falas foram interpretadas como um recado ao governo Bolsonaro. Também na reunião do dia 22 de abril, o presidente Bolsonaro defendeu facilitar o acesso da população às armas de fogo.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.