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Zambelli lamenta recusa de Wizard para combater casos de 'supernotificação'

Deputada contava com empresário para ajudar a investigar números de estados e municípios - DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
Deputada contava com empresário para ajudar a investigar números de estados e municípios Imagem: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

08/06/2020 09h13Atualizada em 08/06/2020 17h32

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) estava na torcida para que o empresário Carlos Wizard aceitasse assumir a secretaria da Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. Wizard recusou o convite ontem, e Zambelli disse lamentar por ele não aceitar o desafio de combater supostos casos de "supernotificação" relacionados à pandemia do coronavírus no país.

Não há indícios reais de "supernotificação" de covid-19 no Brasil. Especialistas dizem que uma reavaliação dos dados poderia, inclusive, mostrar que os casos e mortes são mais numerosos do que os registrados oficialmente.

"Pena que Carlos Wizard não aceitou o trabalho para fazer a reforma nos indicadores de mortes por covid", escreveu hoje a deputada no Twitter.

O empresário vinha atuando como conselheiro do general Eduardo Pazuello e fazendo reuniões informais com o atual ministro interino da Saúde. Na semana passada, Wizard declarou que havia indícios de que estados e municípios estariam "inflacionando" dados da epidemia de covid-19 para receber mais recursos do governo federal e sugeriu uma auditoria dos dados.

Para Zambelli, a recontagem de casos confirmados e principalmente de mortos pelo coronavírus continua sendo uma questão a ser tratada pelo Ministério da Saúde, com a ajuda da polícia, inclusive.

"Gostaria de pedir às polícias judiciárias que investiguem municípios aleatórios os atestados de óbitos do último mês. Duvido que o covidão não encontre supernotificação de mortes", acrescentou a deputada.

O termo "covidão" tem sido utilizado em referência a casos de supostas fraudes nos investimentos dos estados para combater a pandemia. O exemplo mais claro é o do Rio de Janeiro, onde a Operação Placebo da Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão que tiveram entre seus alvos o próprio governador Wilson Witzel (PSC).

A recusa de Wizard para assumir um cargo importante na Saúde veio ontem por meio de uma nota divulgada pelo empresário. Ele disse que recusou aceitou o convite para continuar fazendo trabalhos sociais em Roraima e chegou a pedir desculpas por declarações suas que possam ter desrespeitado familiares de vítimas do coronavírus.