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Dino e Renan criticam União por dados da covid e pedem extensão de auxílio

Governador do Maranhão considera mudanças na divulgação de dados como "atabalhoadas" - Kleyton Amorim/UOL
Governador do Maranhão considera mudanças na divulgação de dados como "atabalhoadas" Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Do UOL, em São Paulo

09/06/2020 10h30Atualizada em 09/06/2020 12h53

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e o de Alagoas, Renan Filho (MDB), não aprovaram as mudanças na divulgação dos dados do coronavírus no Brasil pelo Ministério da Saúde. Desde a última sexta-feira (05), a pasta tem alterado a forma como apresenta os dados da pandemia e tem omitido o total acumulado de casos e mortes causados pela covid-19.

"Creio que esses ajustes metodológicos atabalhoados não ajudam, comprometem o princípio da eficiência, e creio que o Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu isso", disse hoje Dino em entrevista à CNN Brasil. O governador lembrou a decisão de ontem do STF que determinou a retomada da divulgação dos dados totais pela Saúde.

"Isso atrapalha o combate à pandemia. É importante que o governo siga os parâmetros internacionais, tanto no combate como na divulgação dos dados", afirmou Renan, também à CNN, fazendo coro a Dino. "A transparência ajuda tanto nas medidas de contenção da doença quanto de orientação na população", acrescentou o governador alagoano.

Para Dino, a tese defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o correto é divulgar balanços diários apenas com casos e mortes ocorridos nas últimas 24 horas não funciona na prática. Vários óbitos, por exemplo, demoram dias para ter sua confirmação atualizada.

"Consideramos que seria desejável que tudo que acontecesse no dia fosse divulgado no mesmo dia, mas isso é inexequível. As notificações são feitas pelas prefeituras, também pela rede privada, e os casos não são confirmados só por laboratórios públicos", explicou Dino.

"Inevitavelmente há uma distância temporal entre a ocorrência da confirmação do caso, do óbito, e sua efetiva notificação. De modo que pretender que a metodologia espelhe apenas o que aconteceu no dia leva ao descarte indevido de fatos que foram constatados posteriormente, mas que devem ser retratados", completou o governador do Maranhão.

Auxílio emergencial tem que continuar

Os governadores nordestinos também concordam quanto à continuidade do auxílio emergencial de R$ 600 concedido a trabalhadores informais. Tanto Dino como Renan acreditam que a prorrogação da ajuda será fundamental para a retomada econômica após passado o pior período da pandemia.

"É fundamental neste momento garantir renda para os mais pobres. Acredito que ajudando os mais pobres a gente ajuda na recuperação econômica do país", disse Renan. "O Brasil só sairá dessa crise no curto prazo se nós criarmos condições para o povo comprar, para voltar a crescer."

"Tenho defendido que haja a prorrogação da renda emergencial e sua perenização", comentou Dino. "É economicamente inteligente porque garante poder aquisitivo da população neste momento que o Brasil tanto precisa."

O auxílio emergencial de R$ 600 a informais tem previsto o pagamento de três parcelas. A segunda, inclusive, começa a ser paga hoje pela Caixa para nascidos em setembro. A terceira parcela ainda terá cronograma definido. A possibilidade da continuidade do auxílio tem ganhado força nos últimos dias, mas as parcelas devem ter o valor reduzido.