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Gilmar diz que invasão de hospitais, estimulada por Bolsonaro, é crime

Ministro do STF Gilmar Mendes - ADRIANO MACHADO
Ministro do STF Gilmar Mendes Imagem: ADRIANO MACHADO

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

14/06/2020 11h38

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou que estimular a invasão e invadir hospitais é crime. Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incentivou a população a "arranjar" uma maneira de entrar e filmar hospitais.

"É vergonhoso - para não dizer ridículo - que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública", escreveu Mendes em seu perfil do Twitter.

O governo Bolsonaro tem relações desgastadas com o STF e enfrentou embates com membros da corte. Em decisão liminar - provisória - o vice-presidente do STF, Luiz Fux, considerou que o presidente da República tem "poder limitado" como chefe das Forças Armadas.

Pelo STF correm inquéritos contra Abraham Weintraub (Educação) e fake news, além de processos eleitorais que miram a chapa de Bolsonaro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em live transmitida na última quinta-feira (11), Bolsonaro pediu que seus seguidores entrem em hospitais de campanha para registrarem a ocupação de leitos. Segundo ele, caso as imagens demonstrem alguma anormalidade, elas devem ser enviadas ao governo federal, que repassará para a Polícia Federal ou para a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para que sejam investigadas.

"Tem um hospital de campanha perto de você, tem um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer, para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda", disse Bolsonaro.

O Brasil registrou 890 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 42.791 óbitos no país, aponta o levantamento do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. São 71 mortes a mais do que as 42.720 divulgadas pelo Ministério da Saúde na noite de ontem.