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Ciro diz ver cortina de fumaça no caso Queiroz enquanto país é destruído

Kleyton Amorim/UOL
Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

20/06/2020 11h58

Liderança do PDT e candidato à Presidência da República em 2018, Ciro Gomes afirmou hoje que, em sua opinião, o caso Queiroz se tornou uma "novela de mau gosto" e ajuda a formar uma cortina de fumaça enquanto a conjuntura econômica do país se deteriora.

Segundo o entendimento do político, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) erra ao replicar um modelo baseado em "rentismo", desacelerando investimentos na máquina pública em nome de uma suposta austeridade.

"A nossa grande mídia gosta muito dessas novelas e está todo mundo distraído com essa novela de mau gosto", disse ele, em referência ao caso Queiroz. "Mas enquanto isso, dados do Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados] de abril já davam sinal que o Brasil estava destruindo 1,2 milhão de empregos por mês."

As declarações do pedetista ocorreram durante reunião virtual da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), transmitida ao vivo pelo Facebook nesta manhã. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), também participou.

O caso Queiroz se refere às investigações iniciadas a partir de um relatório do antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) —o órgão foi renomeado no governo Bolsonaro e realocado no Banco Central—, que mapeou transações financeiras suspeitas na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Os indícios ocorreram entre 2007 e 2018, período no qual o filho mais velho do presidente era deputado estadual no Rio. De acordo com o Ministério Público, Queiroz atuava como um laranja em um esquema que ficou conhecido como "rachadinha": desvio de parte dos salários de funcionários lotados no gabinete.

A defesa de Flávio nega que ele tenha cometido qualquer irregularidade à época em que exerceu mandato na Alerj (Assembleia Legislativa do RJ).

Queiroz foi detido na última quinta-feira (18) em um sítio em Atibaia, em São Paulo, na casa de um dos advogados de Bolsonaro, Frederick Wassef. A relação entre o ex-assessor e o defensor está sendo apurada pelos investigadores.

Após a prisão, Queiroz foi transferido para o Rio de Janeiro e alocado em uma das celas do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste carioca.