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Mourão diz desconhecer ameaça a Weintraub e soube de ida aos EUA pela mídia

11.mai.2020 - O vice-presidente Hamilton Mourão durante coletiva de imprensa sobre a Operação Verde Brasil, em Brasília (DF) - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
11.mai.2020 - O vice-presidente Hamilton Mourão durante coletiva de imprensa sobre a Operação Verde Brasil, em Brasília (DF) Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

22/06/2020 20h10

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse hoje que não tem conhecimento de que o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, vinha recebendo ameaças e que soube da viagem para os Estados Unidos por meio da imprensa.

Weintraub alegou, ao anunciar sua demissão do titular da pasta, em 18 de junho, que iria para os EUA principalmente para garantir a segurança dele e da família.

"Eu desconheço as eventuais ameaças que estivesse sofrendo, porque ele dá a entender que teria a segurança ameaçada", disse Mourão em entrevista para CNN Brasil. "Apenas tomei conhecimento da forma pela própria imprensa, porque não tive conhecimento [anterior]."

Mourão lembrou que ainda não é certo que Weintraub consiga o cargo de diretor do Banco Mundial já que é necessário ser eleito.

"Parece que só vai até outubro e não sei se poderia ser renovado ou teríamos que indicar outro nome", disse o vice-presidente, que afirmou não acompanhar de "forma mais constantes" o que o ex-ministro posta nas redes sociais.

Hoje, o ex-ministro do MEC agradeceu a ajuda para deixar o Brasil em uma mensagem nas redes sociais. Ele chegou a Miami, nos Estados Unidos, no último sábado.

"Agradeço a todos que me ajudaram a chegar em segurança aos EUA, seja aos que agiram diretamente (foram dezenas de pessoas) ou aos que oram por mim", disse o ex-ministro do governo Bolsonaro.

A queda de Weintraub vinha sendo especulada desde que veio a público um vídeo de uma reunião ministerial realizada no dia 22 de abril. Na ocasião, o então ministro defendeu a prisão de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). "Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia. Começando pelo STF", declarou.

Desde então, os membros da corte, lideranças do Legislativo e até quadros dentro do próprio governo passaram a cobrar a demissão de Weintraub. Bolsonaro, no entanto, tem apreço pelo ex-ministro e buscou resistir até o limite. A pressão, no entanto, tornou-se insustentável.