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Ex-advogado de Flávio Bolsonaro suspeito de ajudar em fraude é exonerado

Luis Gustavo Botto Maia em encontro com mulher de Queiroz e a mãe do miliciano Adriano da Nóbrega  - Reprodução
Luis Gustavo Botto Maia em encontro com mulher de Queiroz e a mãe do miliciano Adriano da Nóbrega Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

23/06/2020 10h59

O ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), Luiz Gustavo Botto Maia, foi exonerado hoje do seu cargo na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Botto Maia era assessor parlamentar do deputado estadual Renato Zaca (sem partido). A sua exoneração consta no Diário Oficial da Alerj.

O advogado já esteve à frente da defesa de Flávio Bolsonaro na investigação sobre a prática de rachadinha no gabinete do senador, à época deputado estadual pelo Rio de Janeiro. Ele também foi o responsável pela representação jurídica da campanha do senador junto à Justiça Eleitoral, em 2018. Botto Maia foi um dos alvos da Operação Anjo, que resultou na prisão de Fabrício Queiroz na semana passada.

Botto Maia é suspeito de participar de uma articulação para fraudar os registros de controle de ponto de Luiza Souza Paes, uma ex-assessora de Flavio Bolsonaro na Alerj. De acordo com conversas em um aplicativo de mensagens apreendidas pelos promotores no celular de Luiza, a articulação para que a suposta fraude fosse consumada teve a participação de duas pessoas de confiança de Flávio Bolsonaro: o próprio Fabrício Queiroz e o advogado Gustavo Botto Maia.

Matheus Azeredo Coutinho, outro funcionário da Alerj que também é suspeito de participar da fraude e foi alvo da operação policial, já havia sido exonerado ontem.

Luiza aparece nos relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que apontaram indícios da prática de rachadinha no gabinete de Flávio, ainda em 2018. A ex-assessora foi uma das funcionárias flagradas devolvendo parte do seu salário para Queiroz, que por sua vez usava o dinheiro para pagar despesas pessoais do então deputado.

O UOL mostrou ontem que a adulteração nas folhas de ponto, que traziam evidências de que Luiza era uma funcionária fantasma de Flávio, foi motivada por um requerimento feito pela reportagem por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação). O presidente Jair Bolsonaro editou um decreto alterando a LAI no mesmo dia em que a fraude foi flagrada por promotores do MP-RJ.