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MP denuncia Alckmin por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro

Alckmin foi denunciado pelo MP por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro - Daniel Ramalho/AFP
Alckmin foi denunciado pelo MP por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro Imagem: Daniel Ramalho/AFP

Patrick Mesquita e Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

23/07/2020 09h06Atualizada em 23/07/2020 15h27

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou por meio de sua força-tarefa o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin à Justiça eleitoral.

De acordo com informações confirmadas pelo UOL, o tucano foi denunciado por ser suspeito de crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa de Alckmin disse que as conclusões do inquérito são "infundadas".

Segundo o MP estadual, Alckmin recebeu R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht na campanha eleitoral de 2010 e outros R$ 9 milhões quando disputou o pleito em 2014.

O ex-governador foi indiciado na semana passada pela Polícia Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral. Ele afirmou não ter sido ouvido durante o processo, mas se comprometeu a "prestar contas" à Justiça.

O indiciamento de Alckmin também gera impasse dentro do PSDB. O ex-governador estava prestes a ser anunciado como coordenador do plano de governo da candidatura à reeleição do prefeito Bruno Covas (PSDB).

Em entrevista coletiva concedida nesta semana, o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que não vê qualquer dano à campanha de Covas.

A defesa de Geraldo Alckmin lamentou a denúncia e disse que o ex-governador jamais foi procurado pelas autoridades policiais para se manifestar a respeito dos fatos. "As apressadas conclusões do inquérito são infundadas e não encontram suporte nos fatos", afirmaram os advogados José Eduardo Rangel de Alckmin e Marcelo Martins de Oliveira, em nota.

A defesa falou que Alckmin "responderá aos termos da denúncia seguro de que não praticou qualquer ilícito, até porque nunca recebeu valores a título de contribuição de campanha eleitoral que não tenham sido devidamente declarados. Nem, tampouco, praticou qualquer ato de corrupção durante mais de 40 anos de vida pública".

Também por meio de nota, Marco Vinholi, presidente estadual do PSDB-SP, disse que o partido "reitera sua confiança na idoneidade do ex-governador Geraldo Alckmin".

"Em seus mais de 40 anos de vida pública, Alckmin manteve uma postura de retidão e respeito à lei sem jamais abrir mão dos princípios éticos e de seu compromisso em servir ao setor público e ao cidadão", afirmou.

Ainda segundo Vinholi, o PSDB-SP acredita "na Justiça e temos convicção de que, ao final do processo, os fatos serão devidamente esclarecidos".

Serra investigado

Outro nome forte do PSDB, o senador José Serra foi alvo de uma operação da Polícia Federal no início da semana por suspeita de caixa 2 na campanha eleitoral ao Senado em 2014.

Serra é suspeito de integrar um esquema de doações via caixa 2 que teria irrigado sua campanha com R$ 7 milhões em 2014. O fundador da Qualicorp, José Seripieri Filho, seria o administrador dos recursos e foi detido na operação.

A investigação apura se houve contrapartida do senador. A Justiça Eleitoral de São Paulo também determinou o bloqueio das contas dos investigados. Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão.

Entre os endereços, estava o gabinete de Serra em Brasília, mas o acesso da Polícia Federal ao local foi proibido. A ordem partiu do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sob a alegação que a investigação não contava com elementos da atuação parlamentar de Serra.

Na sequência, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffloli, suspendeu a decisão da Justiça Eleitoral com base neste argumento.