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"Pior cego é o que não quer ver", diz Janot sobre suposta ameaça ao MPF

Rodrigo Janot durante lançamento da campanha "Todos Juntos Contra a Corrupção" , no Conselho Nacional do Ministério Público - Marcelo Camargo/Ag. Brasil
Rodrigo Janot durante lançamento da campanha 'Todos Juntos Contra a Corrupção' , no Conselho Nacional do Ministério Público Imagem: Marcelo Camargo/Ag. Brasil

Do UOL, em São Paulo

02/08/2020 17h29

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que o Ministério Público Federal (MPF) está sob ameaça atualmente. A publicação, feita hoje em seu Twitter, concorda com uma fala do procurador Roberson Pozzobon criticando a atual gestão.

"E está mesmo! Pior cego é aquele que não quer ver!", declarou Janot, ao compartilhar uma fala de Pozzobon, integrante da Operação Lava Jato, em Curitiba, sobre possíveis ameaças ao "desenho institucional do Ministério Público" estabelecido pela Constituição de 1988.

Segundo Pozzobon, a atual configuração do Ministério Público, definida constitucionalmente, está "sob ameaça de ser grosseiramente rasurada". O perigo, segundo o procurador, é que, "a depender de alguns dos desenhistas da vez", o Ministério Público não seja nem mesmo reconhecido e "passaria despercebido".

Tanto a declaração de Pozzobon quanto a publicação de Janot fazem referência indireta ao atual procurador-geral da República, Augusto Aras, que fez críticas à força-tarefa da Operação Lava Jato. "Agora é a hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure", afirmou em transmissão ao vivo na última terça-feira (28).

Na transmissão, ao falar da Lava Jato, Ara afirmou ainda que "não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos" para "chantagem e extorsão".

Minutos antes da publicação sobre o MPF neste domingo, Janot já havia feito uma crítica direta a Aras, em uma publicação que chama o atual chefe do Ministério Público de "pândego".

Nesta semana, Pozzobon também já havia questionado posições do PGR quanto à operação. "A criminalização da Lava Jato é fato vergonhoso e lamentável", declarou o procurador.