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Tereza Cristina diz haver interessados em transformar agropecuária em vilão

Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, apontou "um problema sério" de falta de comunicação no país - UESLEI MARCELINO
Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, apontou 'um problema sério' de falta de comunicação no país Imagem: UESLEI MARCELINO

Do UOL, em São Paulo*

10/08/2020 13h47

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse hoje que há pessoas que desejam "vilanizar" a agropecuária brasileira e responsabilizar o setor por situações ruins que vivemos no país, como a pandemia do novo coronavírus.

"As pessoas hoje querem porque querem vilanizar a agropecuária brasileira dizendo que a agropecuária é responsável por tudo de ruim que nós vivemos né, de pandemia, com o novo normal que são as palavras do momento", afirmou a ministra em entrevista à Band News.

Segundo a ministra do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o país sofre com um "problema sério" de comunicação que afeta diversos setores.

"Nós ainda temos um problema sério de comunicação. Não só interna, mas como hoje, externa. [No atual cenário] A gente vê que a comunicação é essencial", explicou.

Recentemente, a ministra também comentou que o governo está organizando um pacote de medidas para agilizar o agronegócio e colaborar para que produtores rurais consigam empréstimos.

Salles diz haver mentiras sobre Amazônia

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, também concedeu entrevista à Band News e pontuou que nem todas informações divulgadas sobre o agronegócio brasileiro podem ser consideradas como verdade.

"O governo do presidente Jair Bolsonaro também acredita que é necessário preservar a Amazônia e que nós temos um valor enorme na floresta em pé e não na floresta devastada. Mas é preciso mostrar que nem tudo que dizem da Amazônia que seja do agro [agronegócio], quer seja dos brasileiros que vivem na Amazônia, nem tudo que se diz é verdade."

Apesar da fala, o ministro disse na última semana à AFP que, a partir deste semestre, haverá a diminuição do desmatamento na Amazônia e pediu para que grandes fundos internacionais invistam em projetos ambientes pelo país. Além de ressaltar que há um "compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030".

Para o ministro, as "brigas" tomadas pelo governo e pela pasta são situações que já deveriam ter sido tomadas anteriormente.

"As brigas que a gente compra, na verdade, são as brigas que já deveriam ter sido compradas. O Brasil é um país mestre em jogar os assuntos para debaixo do tapete. Você tem vários exemplos, se você for na parte de flora, por exemplo, a araucária. Você não pode ter manejo de araucária no Brasil. O que está acontecendo? Começa a nascer araucária, a pessoa corta. Em vez de você deixar crescer a araucária, para depois manejar, está diminuindo a araucária nativa em vários lugares", explicou.

*Com informações da Reuters, AFP, e de Emanuel Colombari e Patrick Mesquita, para o UOL

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.