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Edmar Santos relatou ter sofrido ameaças na cadeia, diz TV

10.jul.2020 - O ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos (com o rosto coberto), é conduzido na chegada à Cidade da Polícia, na zona norte da cidade, após ser preso na manhã desta sexta-feira, 10 de julho de 2020, durante operação do Ministério Público do Rio. Santos é investigado por suspeitas de irregularidades nos contratos de Saúde do estado durante a pandemia da covid-19. A ação é um desdobramento da Operação Mercadores do Caos. - ANDRE MELO ANDRADE/MYPHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
10.jul.2020 - O ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos (com o rosto coberto), é conduzido na chegada à Cidade da Polícia, na zona norte da cidade, após ser preso na manhã desta sexta-feira, 10 de julho de 2020, durante operação do Ministério Público do Rio. Santos é investigado por suspeitas de irregularidades nos contratos de Saúde do estado durante a pandemia da covid-19. A ação é um desdobramento da Operação Mercadores do Caos. Imagem: ANDRE MELO ANDRADE/MYPHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

do UOL, em São Paulo

15/08/2020 15h17Atualizada em 15/08/2020 21h04

Resumo da notícia

  • Em delação, ex-secretário de Saúde do Rio, revela pressões enquanto esteve detido, diz TV
  • Santos é suspeito de fraudes em contratos durante estado de emergência decretado por causa do coronavírus
  • Sargento e policial teriam procurado Santos na cadeia para saber se ele havia acertado acordo de delação

O ex-secretário de Saúde do estado do Rio de Janeiro, Edmar Santos, disse ter sido ameaçado durante o período em que esteve detido por suspeita de comandar fraudes em contratos do governo do Rio de Janeiro durante o estado de emergência decretado por causa do coronavírus.

As informações estão no acordo de colaboração firmado entre ele e o Ministério Público Federal (MPF), homologado esta semana pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo a GloboNews, citando o RJ1, que teve acesso a parte dos 33 anexos do depoimento aos procuradores

Santos disse que as ameaças foram feitas enquanto ele estava detido em Niterói, Região Metropolitana do Rio, em cadeia exclusiva de policiais, uma condição a qual ele teve acesso por ter sido policial militar. No relato, ele conta que foi pressionado por um sargento que também estava detido a informar se tinha fechado algum tipo de acordo de delação.

No dia 8 de agosto, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) expediu um alvará para soltar Edmar Santos, preso em julho sob suspeita de envolvimento em irregularidades em contratos emergenciais firmados no combate à pandemia do novo o coronavírus. No documento, o ministro Benedito Gonçalves pediu o relaxamento da prisão de Edmar Santos com base em um pedido da Procuradoria-Geral da República.

No acordo de colaboração firmado entre Santos e o MPF, o ex-secretário contou que o sargento que o procurou se dizia próximo a políticos, entre eles, ao deputado Marcio Canella (MDB).

Edmar relatou ainda que outro policial, que atuava no presídio, sugeriu uma troca de advogado. Para o ex-secretário, o recado poderia ter partido de pessoas próximas ao pastor Everaldo, presidente nacional do PSC.

Segundo a GloboNews, a defesa do governador Witzel disse, ao ser procurada, que os secretários das respectivas pastas respondiam pelo comando e pelas ações das pastas. Afirmou ainda que não teria como comentar a delação por não ter tido acesso a ela.

Também procurado, o pastor Everaldo respondeu à reportagem da RJ1 que desconhecia o conteúdo da delação de Edmar Santos, mas disse que está à disposição da investigação para esclarecimentos.

O deputado Márcio Canella disse não saber quem é o sargento citado na delação e que jamais esteve no presídio.

Ramom Neves disse que a citação do nome dele na delação é uma surpresa e nega conversas com Edmar Santos no sentido citado pela delação, apontando que defendeu interesse público.

A ex-subsecretária de Gestão Mariana Scardua afirmou que foi indicada por Neves para fazer a transição da área da saúde na troca de governo, em 2018, e que não tomou conhecimento de interesses políticos no controle da secretaria de saúde.