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Maia confirma reunião com Moraes, mas nega querer se reeleger na Câmara

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, é contra a criação de novos impostos - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Rodrigo Maia, presidente da Câmara, é contra a criação de novos impostos Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

26/08/2020 15h22

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou hoje que se reuniu recentemente com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, mas negou que tenham conversado sobre uma suposta reeleição para o cargo no Congresso.

"Tivemos uma conversa, nada sobre reeleição. Não sou candidato à reeleição. Acho que as matérias [na imprensa] estão equivocadas. Toda hora que encontrar o ministro do Supremo, agora, então estarei tratando da ação do PTB que trata da reeleição da presidência da Câmara e do Senado? Já disse que não sou candidato à reeleição", declarou Maia, em coletiva.

O Estadão divulgou hoje que Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), têm mantido conversas reservadas com ministros do STF sobre a possibilidade de concorrerem à reeleição, em suas respectivas casas, em fevereiro de 2021.

Segundo o jornal, nos bastidores, Moraes e Gilmar Mendes têm ajudado a encontrar uma solução.

No dia 19, os dois parlamentares embarcaram em um voo da FAB (Força Aérea Brasileira) rumo a São Paulo. O compromisso, segundo três pessoas próximas a eles confirmaram ao Estadão, era um jantar com Moraes.

Na mesma hora, ocorria a sessão do Congresso Nacional em que senadores derrubaram o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao reajuste dos servidores. A derrota foi revertida no dia seguinte na Câmara. O encontro não consta na agenda dos três.

Equilíbrio

Moraes, Gilmar e o atual presidente do STF, Dias Toffoli, avaliam que Maia e Alcolumbre têm desempenhado um papel fundamental no equilíbrio entre os Poderes e na contenção de excessos do Palácio do Planalto - e estão mais propensos a dar aval à reeleição.

Um dos temores do tribunal é o de que parlamentares mais imprevisíveis e alinhados a Bolsonaro assumam o comando da Câmara e do Senado, o que poderia resultar, na visão de magistrados, em retaliações contra o Judiciário, como a abertura da CPI da Lava Toga e até mesmo a votação de pedidos de impeachment de ministros do STF.

Até agora, Alcolumbre tem resistido à pressão de senadores "lavajatistas".