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"Ele tem a vida dele": parlamentares do PSC tentam se dissociar de Everaldo

Policiais conduzem presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, na chegada à sede da Polícia Federal no Rio - ANDRE MELO ANDRADE/ESTADÃO CONTEÚDO
Policiais conduzem presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, na chegada à sede da Polícia Federal no Rio Imagem: ANDRE MELO ANDRADE/ESTADÃO CONTEÚDO

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

28/08/2020 14h35Atualizada em 28/08/2020 14h54

Os parlamentares do PSC procuraram se afastar hoje do presidente nacional do partido, Pastor Everaldo, preso em operação no Rio de Janeiro que investiga corrupção em contratos públicos do Executivo fluminense.

Procurados pelo UOL, a maioria permaneceu em silêncio sobre a prisão. O PSC tem nove deputados federais e um senador no Congresso Nacional.

Todos foram procurados pelo UOL, mas apenas dois deputados se manifestaram sobre a prisão, um deles foi o Gilberto Nascimento —o outro conversou sob reserva.

Nascimento lamentou a prisão do Pastor Everaldo e disse que a notícia é ruim não só para o partido mas para o Brasil. Ele classificou Everaldo como um "homem de poucas palavras" e que "tem a vida dele".

"Logicamente, [Everaldo] dirige o partido, mas a gente nunca misturou as coisas. Uma coisa é a direção do partido, outra coisa é o que pode ter acontecido no Rio de Janeiro", afirmou.

Outro deputado do PSC afirmou ter recebido a prisão com "surpresa" e disse esperar que Everaldo se defenda e se prove inocente.

"É difícil quando é uma pessoa que você conhece e tem certo convívio. É um tanto constrangedor", disse, ao defender, porém, que a união do PSC é menor do que às vezes possa transparecer.

O parlamentar também disse que as conversas entre ele e o Pastor Everaldo se limitavam à sigla, desconhecendo eventuais ações ilegais do colega partidário.

Alguns parlamentares já publicaram postagens em seus perfis nas redes sociais hoje. No entanto, até as 12h, nenhuma mencionava a prisão de Everaldo.

O deputado Otoni de Paula (RJ) comemorou o afastamento de Wilson Witzel, também do PSC, do cargo de governador do Rio. Ele não citou a prisão de Everaldo.

Vice-presidente do PSC assume comando do partido

Com a prisão de Everaldo, o vice-presidente nacional do PSC e ex-senador, Marcondes Gadelha, vai assumir o comando do partido provisoriamente. Em nota, o partido escreveu que "reitera que confia na Justiça e no amplo direito de defesa de todos os cidadãos".

"O Pastor Everaldo sempre esteve à disposição de todas as autoridades, assim como o governador Wilson Witzel", concluiu.