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Bolsonaro diz que teve 'gestão ímpar no mundo' contra pandemia de covid-19

Presidente participou de evento na cidade de Eldorado, no interior de São Paulo - ADRIANO MACHADO
Presidente participou de evento na cidade de Eldorado, no interior de São Paulo Imagem: ADRIANO MACHADO

Marcelo Oliveira

Do UOL, em Eldorado (SP)

03/09/2020 14h22Atualizada em 04/09/2020 11h54

Em evento com aglomerações e que desrespeitou as regras sanitárias da quarentena para conter a transmissão do coronavírus, que continuam em vigor no estado de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que teve uma "gestão ímpar" durante a pandemia de covid-19.

"Desde o começo assumi posição ímpar, não só dentro do Brasil, mas como chefe de Estado no mundo todo. Não vi um chefe de Estado tomar uma decisão como a minha", disse o presidente, que participou hoje da cerimônia de apresentação do projeto de uma ponte em Eldorado, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo.

Mais cedo pela manhã, o presidente já havia passado pela cidade de Pariquera-Açu, também no Vale do Ribeira, onde participou do anúncio da construção de outra ponte, esta com valor estimado em R$ 15 milhões.

Como exemplos dessa gestão citados por Bolsonaro, o presidente disse que estudou o uso da hidroxicloroquina no tratamento da doença causada pelo coronavírus. A substância, porém, não tem eficácia confirmada contra a covid-19.

"Não sou médico, sou capitão do Exército, mas estudei", afirmou.

O Brasil está com um ministro da Saúde interino há mais de três meses, o general Eduardo Pazuello, que não é médico. Ele é o terceiro a ocupar o cargo desde o início da pandemia.

Segundo o presidente, outro trunfo de sua gestão foi dar importância igual à economia e à questão sanitária. "Sempre disse também que tínhamos dois problemas: o vírus e o desemprego", afirmou.

A prova dessa dupla prioridade teria sido, segundo o presidente, "o auxílio emergencial, que foi feito para durar três meses, prorrogamos por mais dois e fizemos uma proposta para o Congresso para que ele fique até o fim do ano com valor menor: R$ 300", disse.

Apesar da fala de Bolsonaro, o auxílio emergencial proposto originalmente por ser governo ao Congresso era de R$ 200. Os parlamentares alertaram que subiriam o valor para R$ 500, então representantes do Executivo apresentaram a proposta final de R$ 600.

Homenagem a Bolsonaro em Eldorado - Marcelo Zoyd/UOL - Marcelo Zoyd/UOL
Bolsonaro teve homenagens em sua passagem por Eldorado (SP), onde mora sua mãe
Imagem: Marcelo Zoyd/UOL

Visita ao interior de SP

Esta é a segunda vez que Bolsonaro vem ao Vale do Ribeira como presidente, mas é a primeira numa agenda oficial. Da outra vez, ele veio apenas visitar a mãe, dona Olinda, que vive em Eldorado.

Hoje, Bolsonaro anunciou a construção de uma nova ponte sobre o rio Ribeira de Iguape, antiga vontade da cidade, que deve levar três anos para ser construída.

Depois do anúncio, Bolsonaro foi almoçar numa fazenda com produtores rurais da região, em local não informado. À tarde, visitou a mãe, Dona Olinda, e passará a noite na casa dela, de onde promete fazer sua live semanal às 19h.

Amanhã, o presidente terá agenda em Registro, onde visitará uma unidade do Sesi-Senai. O Sesi e o Senai são presididos em São Paulo por Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), apoiador do presidente e que pretende lançar-se, com o apoio de Bolsonaro, ao governo do estado em 2022 pelo MDB.

Diferentemente de Pariquera-Açu, havia em Eldorado mensagens alusivas à presença do presidente na cidade, a maioria se orgulhando da presença do "filho da terra" na região. Bolsonaro viveu parte da infância e da adolescência no Vale do Ribeira.

Em discurso, pela manhã, disse que deixou Eldorado aos 16 anos para iniciar sua formação militar. Nascido em 1955, Bolsonaro formou-se em 1977 na Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, estado onde iniciou sua carreira política.