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Operação Lava Jato

Para Aras, renúncia de procuradores da Lava Jato em SP é "questão interna"

O procurador-geral da República, Augusto Aras - ADRIANO MACHADO
O procurador-geral da República, Augusto Aras Imagem: ADRIANO MACHADO

Do UOL, em São Paulo

03/09/2020 11h03

O procurador-geral da República, Augusto Aras, classificou como "uma questão interna do MP (Ministério Público) de São Paulo" a renúncia de sete procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato no estado. A declaração foi dada em entrevista à jornalista Andreia Sadi, da TV Globo.

Ontem, sete integrantes da força-tarefa enviaram um ofício a Aras oficializando a renúncia ao cargo. No documento, eles alegam "incompatibilidades insolúveis" com a atuação da procuradora Viviane de Oliveira Martinzes, que não é parte da força tarefa.

O desligamento ocorreu um dia após o procurador Deltan Dallagnol anunciar a sua saída da força tarefa da Lava Jato de Curitiba. Ele alegou que decidiu se afastar do cargo por causa de um problema de saúde da filha, mas seguirá como procurador da República.

Na entrevista, Aras disse que a saída de parte da equipe de São Paulo não tem relação com a saída de Dallagnol. "Briga interna no MP de São Paulo", afirmou.

Caso Serra

A saída dos procuradores do braço paulista da operação ocorre em meio a reveses da Lava Jato do estado em investigações que miram o senador José Serra (PSDB). Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes ampliou liminar concedida pelo presidente do TF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, e suspendeu a ação penal que mira o tucano por suposta lavagem de propinas pagas pela Odebrecht.

A denúncia contra o tucano havia sido aceita em julho pelo juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, uma hora depois de Toffoli suspender "toda a investigação" contra Serra. Por "cautela", o magistrado decidiu suspender a ação penal até novo entendimento do STF sobre o caso — Gilmar ampliou a medida, aplicando o entendimento que a liminar deve alcançar as investigações em vigor e também a ação penal.

No ofício, os procuradores afirmam que a força tarefa "ainda tinha muito a produzir" e citam "corrupção em grandes obras, como em diversas linhas do Metrô de SP e nos trechos Sul e Norte do Rodoanel", além de esquemas de lavagem de dinheiro.

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