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Coletivo usa 'cabeça de Bolsonaro' como bola de futebol e cita ditadura

O coletivo artístico Indecline usou uma escultura da cabeça de Jair Bolsonaro como bola de futebol, citando ditadura  - Reprodução/Instagram @indeclineofficial
O coletivo artístico Indecline usou uma escultura da cabeça de Jair Bolsonaro como bola de futebol, citando ditadura Imagem: Reprodução/Instagram @indeclineofficial

Do UOL, em São Paulo

15/09/2020 18h52Atualizada em 15/09/2020 21h48

O coletivo artístico e ativista Indecline postou ontem um vídeo em que uma escultura da cabeça de Jair Bolsonaro (sem partido) é usada como bola de futebol. A iniciativa fez parte do projeto "Freedom Kick" (Chute da Liberdade, na tradução), que faz críticas às políticas do presidente e o compara com regimes autoritários e a ditadura militar.

A partir de metáforas sexuais, o coletivo afirma que Bolsonaro busca restabelecer políticas típicas da ditadura, fantasiando com a "violência contra seus oponentes políticos":

"A América Latina tem uma história de ditadores. Em particular, a Quinta República Brasileira era conhecida por matar dissidentes. E Jair Bolsonaro é conhecido por seus discursos masturbatórios que esboçam seus sonhos molhados de restabelecer essa política. Ele se ofende com a homossexualidade, feminismo e socialismo, mas fica muito duro com cada fantasia de violência contra seus oponentes políticos. Mas esses oponentes não são tão rígidos e trazem alegria e movimento à sua resistência, que fez de brasileiros como Pelé um ícone em todo o mundo."

A iniciativa, em parceria com o artista espanhol Eugenio Merino, não chutou apenas a cabeça do presidente brasileiro, mas também dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin.

"Embora aqueles que têm o poder gostem de tratar política como uma brincadeira, para muitos, há muita coisa em jogo. Futebol sempre foi um esforço coletivo, algo que envolve comunidade e organização, enquanto a ditadura é mais individual. É como dizem, só há uma bola. Essa é uma metáfora perfeita para os nossos chefes de Estado; e o nosso trabalho é chutá-los até encontrarmos uma maneira de transformar nossos esforços individuais numa vitória coletiva", explicou a publicação, que ainda mostra a 'cabeca do presidente' sendo mordida por um cachorro.

Logo após, fazendo referências ao futebol, Indecline cita a liberdade de expressão como uma ferramenta da democracia e afirma que autoritários "usam o medo para manter suas populações sob controle":

"No futebol, um tiro livre é uma chance de interromper o jogo por um momento e corrigir uma falta. Na democracia, a liberdade de expressão é a força esclarecedora que impede os tiranos de escaparem impunes do assassinato. Como a maioria dos músculos, deve ser exercitado ou murchará. Os déspotas usam o medo para manter suas populações sob controle. Os ativistas usam alegria e humor para mantê-los engajados. É um jogo antigo e o placar continua mudando, mas todos nós continuamos jogando."