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Deputado evangélico reclama de ministro da Educação se descolar de bancada

O deputado Sóstenes Cavalcante afirmou que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, não deve pedir ajuda dele para matérias de interesse da pasta na Câmara - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
O deputado Sóstenes Cavalcante afirmou que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, não deve pedir ajuda dele para matérias de interesse da pasta na Câmara Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

09/10/2020 16h43Atualizada em 09/10/2020 16h43

Um dos vice-presidentes da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) disse esperar que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, não chegue com pedidos de ajuda a ele para matérias de interesse da pasta na Câmara após declaração em que o chefe do MEC buscou se descolar dos evangélicos.

No mês passado, Ribeiro, que é pastor da Igreja Presbiteriana, afirmou não representar partidos ou grupos, inclusive evangélicos, nem estar no cargo para fazer pregação, e esse posicionamento gerou desconforto entre alguns membros da FPE, como Sóstenes. Nesse caso, porém, o deputado afirma não falar em nome da frente.

"O ministro realmente não precisou da gente para chegar aonde está e, quando faz uma declaração querendo se descolar da gente, sem problemas, é um direito dele. Assim como será direito meu, de parlamentar, de quando chegar alguma necessidade, me reservar na Comissão de Educação, da qual faço parte. Posso falar 'bom, já que da Frente Evangélica ele quer se distanciar, procure outro parlamentar para resolver as demandas dele'. Que procure outro", disse Sóstenes.

O deputado é aliado do pastor Silas Malafaia e líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, um dos principais críticos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela indicação de Kassio Nunes Marques ao STF (Supremo Tribunal Federal).

O deputado David Soares (DEM-SP), filho do pastor R. R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, disse não defender retaliações a Ribeiro e que, "com todo defeito que ele possa ter e afirmações, digamos, polêmicas", não pode negar que o ministério está respondendo a questionamentos com rapidez. Ele reconhece, porém, haver divergências.

Quarto ministro da Educação em pouco mais de um ano e meio de governo, Ribeiro foi nomeado em julho pelo presidente e assumiu no lugar de Abraham Weintraub, com a tarefa de recuperar sua credibilidade do ministério e de construir pontes com o Congresso.