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PF pede prorrogação de inquérito contra Fernando Bezerra, líder do governo

                                 O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB)                              -                                 BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) Imagem: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

23/10/2020 19h55Atualizada em 24/10/2020 11h11

A Polícia Federal pediu a prorrogação do inquérito em que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo de Jair Bolsonaro no Senado, é investigado por suspeitas de ter recebido propina de construtoras.

O pedido foi feito ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, relator da investigação no Supremo.

Segundo a Polícia Federal, a prorrogação é necessária para a realização de diligências "essenciais à conclusão do caso" e também para ouvir o próprio senador e o filho dele, o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE). Ambos negam irregularidades.

Barroso determinou que a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifeste sobre o pedido da Polícia Federal.

Em setembro do ano passado, Bezerra foi alvo da Operação Desintegração, que cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete do senador.

A operação mirou suspeitas de pagamento de propina ao senador e a seu filho, relacionadas à época em que Bezerra Coelho era ministro da Integração Nacional no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Uma das linhas de investigação apura suspeitas do desvio de dinheiro público de obras na região Nordeste, como a transposição do rio São Francisco, à época sob a alçada do ministério comandado por Bezerra. Além disso, há indícios de propinas em outras obras e pagamento de despesas de campanhas eleitorais passadas dele e do filho.

À época, Bezerra afirmou se tratar de uma operação "política", com o objetivo de atingir o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Vice-líder foi pego com dinheiro na cueca

Na semana passada, o hoje afastado senador Chico Rodrigues (DEM-RR), perdeu o cargo de vice-líder do governo Bolsonaro após ser flagrado pela PF em sua casa tentando esconder dinheiro em sua cueca, em sua casa, durante uma operação que apura desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia de covid-19.

Segundo a defesa do parlamentar, o dinheiro tem origem particular comprovada.

O ministro Barroso chegou a determinar seu afastamento por 90 dias, mas nesta semana, Rodrigues pediu uma licença de 121 dias do Senado — quem pode assumir é Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM-RR), filho do parlamentar, suplente do pai. Pelo regimento do Casa, um suplente só assume quando o afastamento do titular supera os 120 dias.