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Bolsonaro fala em vazamento e traição no governo: "Alguém deslumbrado"

Jair Bolsonaro levantou hipótese de traição dentro do governo  - Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Jair Bolsonaro levantou hipótese de traição dentro do governo Imagem: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

12/11/2020 11h04Atualizada em 12/11/2020 12h40

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levantou hoje hipótese de traição dentro do governo ao comentar uma notícia de que o Executivo poderia criar mecanismos a fim de expropriar propriedades no campo e nas cidades com registros de queimadas e desmatamentos ilegais.

De acordo com o governante, "ou é mais uma mentira" ou "alguém deslumbrado resolveu plantar" informações equivocadas na imprensa. O comandante do Palácio do Planalto negou existência de qualquer intenção nesse sentido e afirmou que "expropriação é em país comunista e socialista".

A propriedade privada é sagrada, não existe nenhuma hipótese neste sentido. Se alguém levantar isso aí, eu simplesmente demito do governo. A não ser que essa pessoa seja indemissível (...) Ou é mais uma mentira ou alguém deslumbrado do governo resolveu plantar essa notícia aí
presidente Jair Bolsonaro

As informações foram publicadas pelo jornal Estado de S. Paulo ontem. A medida foi revelada a partir de um documento do Conselho Nacional da Amazônia. Segundo a reportagem, a ideia seria permitir a expropriação de terras em casos nos quais o dono cometer crimes ambientais em área própria ou pública.

Além disso, o documento sinaliza viabilizar o confisco "de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do crime de grilagem ou de exploração de terra pública sem autorização".

O Conselho Nacional da Amazônia é presidido pelo vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Seria a única pessoa "indemissível" do grupo, já que ele ocupa cargo eletivo —o mandato presidencial é válido por 4 anos.

Mais cedo, Bolsonaro já havia publicado em suas redes sociais uma mensagem sobre o assunto. "Mais uma mentira do Estadão ou delírio de alguém do Governo. Para mim a propriedade privada é sagrada. O Brasil não é um país socialista/comunista", escreveu ele.

Para o presidente, se confirmada a hipótese de traição, "alguém deslumbrado e sem qualquer responsabilidade ou senso de democracia" seria o responsável por vazar as informações. "Não existe isso. Expropriação é em país comunista e socialista. No meu governo, não."

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.